A arte de fazer morrer: a pena de morte no Brasil colonial
DOI :
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2026.v10n19.e13189Mots-clés :
pena de morte, rituais de execução, condenados, carrascos, Brasil colonialRésumé
Este artigo apresenta uma análise temática sobre a pena de morte e os seus rituais de execução no Brasil, ao longo do período colonial. Para tal, estabelece diálogo com a bibliografia internacional produzida sobre a referida pena nos contextos medieval e moderno da Europa Ocidental, atentando para as influências da tradição europeia na normatização e aplicação da pena última na América de colonização portuguesa. Não obstante, busca examinar as particularidades concernentes à morte pela justiça na realidade própria de um território que estava sendo ocupado e colonizado. Além disso, atenta para as diferentes dimensões nas quais essa forma de punir e de morrer estavam inseridas, expondo modos de aplicação, ritualização e significados desenvolvidos pelos poderes oficiais e pelos participantes dos rituais, a saber: os condenados, carrascos, a população que assistia as execuções públicas e organizações religiosas participantes.
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