Acessibilidade, biodisponibilidade e consumo de alimentos ricos em carotenoides e vitamina A em crianças de até 5 anos
Palabras clave:
Bioacessibilidade, Consumo alimentar, Crianças, Pró-vitamina, Retinol, Vitamina AResumen
Simultaneamente à epidemia mundial de sobrepeso e obesidade, existem ainda deficiências nutricionais endêmicas, tais como a hipovitaminose A em diversas regiões do mundo. A hipovitaminose A pode causar xeroftalmia (cegueira noturna e ressecamento dos olhos), cegueira e predispõe ao risco de morte milhares de crianças no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil, o que indica a necessidade de implementação de estratégias públicas efetivas para controlar e prevenir distúrbios nutricionais e suas complicações neste ciclo de vida. Evidências científicas apontam que o consumo de frutas e verduras, ricas em carotenoides, é capaz de melhorar o estado de deficiência nutricional em vitamina A em crianças. Assim, informações combinadas sobre o perfil de consumo alimentar, a acessibilidade, a composição e a biodisponibilidade de carotenoides em alimentos-fonte e em suplementos de vitamina A são fundamentais no combate à hipovitaminose A em crianças menores de cinco anos, principalmente em países em desenvolvimento. Dentro desse contexto, esta revisão traz como objetivos avaliar os dados obtidos sobre acessibilidade, biodisponibilidade e consumo alimentar de alimentos ricos em carotenoides e vitamina A na intervenção efetiva para prevenção e do controle da hipovitaminose A em crianças menores de 5 anos no mundo.
Descargas
Citas
WHO. Guideline: vitamin A supplementation in infants and children 6-59 months of age. WHO; 2011.
Ferraz IS, Daneluzzi JC, Vannucchi H, Jordão JAA. Detection of vitamin A deficiency in Brazilian preschool children using the serum 30-day dose-response test. European journal of clinical nutrition. 2004;58(10):1372-7.
Black MM. Micronutrient deficiencies and cognitive functioning. The Journal of nutrition. 2003;133(11):3927S-31S.
Ferreira HS, Moura RMM, Assunção ML, Horta BL. Fatores associados à hipovitaminose A em crianças menores de cinco anos. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2013;13(3):223-35.
Stevens GA, Bennett JE, Hennocq Q, Lu Y, De-Regil LM, Rogers L, et al. Trends and mortality effects of vitamin A deficiency in children in 138 low-income and middle-income countries between 1991 and 2013: a pooled analysis of population-based surveys. . The Lancet Global Health. 2015;3(9):e528-e36.
Brasil. Manual de condutas gerais do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A. In: Saúde Md, editor. Brasília, DF2013.
Rodriguez-Amaya DB, Kimura M, Amaya-Farfan J. Fontes brasileiras de carotenóides: tabela brasileira de composição de carotenóides em alimentos. 2 ed. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente; 2008. p. 100.
Damodaran S, Parkin KL, Fennema OR. Fennema's food chemistry: CRC press; 2007.
Mahan LV, Escott-Stump S. Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13 ed2012.
Amann PD, Eichmuller SB, Schmidt J, V. BA. Regulation of gene expression by retinoids. Current Medicinal Chemistry. 2011;18(9):1405-12.
Yyuyama L, Yonekura L, Lopes JM, Souza AS, Enriconi A, Fabe MA, et al. Vitamina A. In: Cozzolino SMF, Cominetti C, editors. Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição nas diferentes fases da vida-na saúde e na doença. 1 ed. Barueri, SP: Manole; 2013. p. 1288.
Ambrósio CLB, Camara FA, Campos S, Faro ZP. Carotenóides como alternativa contra a hipovitaminose A. Revista de Nutrição. 2006;19(2):233-43.
Rodriguez-Amaya DB. Carotenoids and food preparation: the retention of provitamin A carotenoids in prepared, processed, and stored foods. Campinas, SP: UNICAMP; 1997. p. 99.
Rodriguez-Amaya DB, Kimura M, Godoy HT, Amaya-Farfan J. Updated Brazilian database on food carotenoids: Factors affecting carotenoid composition. Journal of Food Composition and Analysis. 2008;21:445-63.
Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 4 ed. Barueri, SP2012. 1368 p.
Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de minerais. Revista de nutrição. 1997;10(2):87-98.
Jackson MJ. The assessment of bioavailability of micronutrients: Introduction. European Journal of Clinical Nutrition. 1997;51(Suppl 1):S1-2.
Erdman JWJ, Bierer TL, Gugger ET. Absorption and transport of carotenoids. Annals of the New York Academy of Sciences. 1993;691:76-85.
Castenmiller JJM, West CE. Bioavailability and bioconversion of carotenoids. Annual Review of Nutrition. 1998;18(19-38).
Parada J, Aguilera JM. Food microstructure affects the bioavailability of several nutrients. Journal of Food Science. 2007;72(2):R21-R32.
Rock CL, Lovalvo JL, Emenhiser C, Ruffin MT, Flatt SW, Schwartz SJ. Bioavailability of beta-carotene is lower in raw than in processed carrots and spinach in women. The Journal of nutrition. 1998;128(5):913-6.
Cooperstone JL, Goetz HJ, Riedl KM, Harrison EH, Schwartz SJ, Kopec RE. Relative contribution of α-carotene to postprandial vitamin A concentrations in healthy humans after carrot consumption. The American Journal of Clinical Nutrition. 2017;106(1):59-66.
Rubin LP, Ross AC, Stephensen CB, Bohn T, Tanumihardjo SA. Metabolic Effects of Inflammation on Vitamin A and Carotenoids in Humans and Animal Models. Advances in Nutrition: An International Review Journal. 2017;8(2):197-212.
Thurnham DI. Bioequivalence of β-carotene and retinol. Journal of the Science of Food and Agriculture. 2007;87:13-39.
FAO. Human vitamin and mineral requirements. Rome, Italy: World Health Organization; 2001.
Ramalho RA, Flores H, Saunders C. Hipovitaminose A no Brasil: um problema de saúde pública. Revista Panamericana de Salud Pública 2002;12(2):117-22.
WHO. Global prevalence of vitamin A deficiency in populations at risk 1995-2005. Geneva: WHO global database on vitamin a deficiency.; 2009.
Brasil. de Orçamentos Familiares - POF 2008-2009: Despesas, Rendimentos e Condições de vida. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; 2010. p. 222.
Araujo MC, Bezerra IN, Barbosa FS, Junger WL, Yokoo EM, Pereira RA, et al. Consumo de macronutrientes e ingestão inadequada de micronutrientes em adultos. . Revista de Saúde Pública. 2013;47(1):177S-89S.
Carvalho CA, Almeida FPC, Priore SE, Franceschini SDCC, Novaes JF. Food consumption and nutritional adequacy in Brazilian children: a systematic review. Revista Paulista de Pediatria 2015;33(2):211-21.
Dalmiya N, Palmer A. Vitamin A supplementation: a decade of progress.; 2007.
Brasil. Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005 Institui o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A e dá outras providências 92 ed. Brasília, DF2005.
Miglioli TC, Fonseca VM, Junior SCJ, Lira PIC, Filho MB. Deficiência de Vitamina A em mães e filhos no Estado de Pernambuco. Ciência & Saúde Coletiva. 2013;18(5):1427-40.
Kurihayashi AY, Augusto RA, Escaldelai FMD, Martini LA. Estado nutricional de vitaminas A e D em crianças participantes de programa de suplementação alimentar. Caderno de Saúde Pública. 2015;31(3):531-42.
Silva LLS, Peixoto MRG, Hadler MCCM, Silva SA, Cobayashi F, Cardoso MA. Estado nutricional de vitamina A e fatores associados em lactentes atendidos em Unidades Básicas de Saúde de Goiânia, Goiás, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2015;18(2):490-502.
Rocha HAL, Silva AC, Correia LL, Campos JS, Machado MMT, Leite AJM, et al. Effects of Vitamin A supplementation on child morbidity: A twenty-year time series analysis in the northeastern region of Brazil. Maternal and Child Health Journal. 2015;19:1652-6.
Oliveira CSM, Sampaio P, Muniz PT, Cardoso MA. Multiple micronutrients in powder delivered through primary health care reduce iron and vitamin A deficiencies in young Amazonian children. Public Health Nutrition. 2016;19(16):3039-47.
Freitas BAC, Luciana Moreira Lima LM, Moreira MEL, Priore SE, Bruno David Henriques BD, Carlos CFLV, et al. Micronutrient supplementation adherence and influence on the prevalences of anemia and iron, zinc and
vitamin A deficiencies in preemies with a corrected age of six months. Clinical Science. 2016;71(8):440-8.
Silva LLS, Augusto RA, Tietzmann DC, Sequeira LAS, Hadler MCCM, Muniz PT, et al. The impact of home fortification with multiple micronutrient powder on vitamin A status in young children: A multicenter pragmatic controlled trial in Brazil. Maternal & Child Nutrition. 2016:1-8.
Sangalli CN, Rauber F, Vitolo MR. Low prevalence of inadequate micronutrient intake in young children in the south of Brazil: a new perspective. British Journal of Nutrition. 2016;116:890-6.
Lima DB, Damiani LP, Fujimori E. Deficiência de vitamina A em crianças brasileiras e variáveis associadas. Revista Paulista de Pediatria. 2018;36(2):176-85.
Abizari AR, Azupogo F, Nagasu M, Creemers N, Brouwer ID. Seasonality affects dietary diversity of school-age children in northern Ghana. PLoS One. 2017;12(8):e0183206.
Campbell RK, Hurley KM, Shamim AA, Shaikh S, Chowdhury ZT, Mehra S, et al. Effect of complementary food supplementation on breastfeeding and home diet in rural Bangladeshi children. The American Journal of Clinical Nutrition. 2016;104(5):1450-8.
Bahreynian M, Qorbani M, Naderimagham S, Nejatinamini S, Ataie-Jafari A, Sharifi F, et al. Burden of disease attributable to vitamin A deficiency in Iranian population aged less than five years: findings from the global burden of disease study 2010. Journal of Diabetes & Metabolic Disorders. 2017;16(1):32.
Drammeh BS, Marquis GS, Funkhouser E, Bates C, Eto I, Stephensen CB. A randomized, 4-month mango and fat supplementation trial improved vitamin A status among young Gambian children. The Journal of Nutrition. 2002;132(12):3693–9.
van Jaarsveld PJ, Faber M, Tanumihardjo SA, Nestel P, Lombard CJ, Benadé AJS. β-Carotene–rich orange-fleshed sweet potato improves the vitamin A status of primary school children assessed with the modified-relative-dose-response test. The American Journal of Clinical Nutrition. 2005;81(5):1080-7.
Cediel G, Olivares M, Brito A, Romaña DLD, Cori H, Frano MRL. Interpretation of serum retinol data from Latin America and the Caribbean. Food and Nutrition Bulletin. 2015;36(2):S98-S108.
Galicia L, Grajeda R, Romaña DL. Nutrition situation in Latin America and the Caribbean: current scenario, past trends, and data gaps. Revista Panamericana de Salud Pública. 2016;40(2):104-13.
Kranz S, Pimpin L, Fawzi W, Duggan C, Webb P, Mozaffarian D. Mortality Benefits of Vitamin A Are Not Affected by Varying Frequency, Total Dose, or Duration of Supplementation. Food and Nutrition Bulletin. 2017;38(2):260-6.
Kurihayashi AY, Augusto RA, Escaldelai FMD, Martini LA. Estado nutricional de vitaminas A e D em crianças participantes de programa de suplementação alimentar Vitamin A and D status among child participants in a food supplementation program. . Caderno de Saúde Pública. 2015;31(3):531-42.
O'Sullivan AM, O'Callaghan YC, O'Connor TP, O'Brien NM. The content and bioaccessibility of carotenoids from selected commercially available health supplements. . Proceedings of the Nutrition Society 2011;70(OCE3):E62.
Meng Q, Long P, Zhou J, Ho C, Zou X, Chen B, et al. Improved absorption of β-carotene by encapsulation in an oil-in-water nanoemulsion containing tea polyphenols in the aqueous phase. Food Research International. in press.
Salvia-Trujillo L, McClements DJ. Improvement of β-Carotene Bioaccessibility from Dietary Supplements Using Excipient Nanoemulsions. Journal of Agricultural and Food Chemistry. 2016;64(22):4639-47.
Vasconcelos AMA, Ferreira HS. Prevalência de hipovitaminose A em crianças da região semi-árida de Alagoas (Brasil). Archivos Latinoamericanos de Nutrición. 2009;59(2):152-8.
Miller M, Humphrey J, Johnson E, Marinda E, Brookmeyer R, J. K. Why do children become vitamin A deficient? The Journal of Nutrition. 2002;132(9 suppl):2867S-80S.
Publicado
Número
Sección
Licencia
DECLARAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS E DE RESPONSABILIDADE
SEMEAR: Revista de Alimentação, Nutrição e Saúde
O(s) autor(es) abaixo assinado(s) transfere(m) todos os direitos autorais do manuscrito (TÍTULO DO ARTIGO) à Revista de Alimentação, Nutrição e Saúde. O(s) signatário(s) garante(m) que o artigo é original, que não infringe os direitos autorais ou qualquer outro direito de propriedade de terceiros, que não foi publicado em nenhuma outra revista. O(s) autor(es) confirma(m) que os seguintes critérios foram atendidos e assume(m) total responsabilidade pelo conteúdo do trabalho: 1. Ter concebido e planejado o estudo e/ou interpretado os resultados do mesmo; 2. Ter participado da redação do artigo e suas correções; 3. Ter aprovado a versão final.
Concordo/amos que o manuscrito, uma vez publicado, torna-se propriedade permanente da SEMEAR: Revista de Alimentação, Nutrição e Saúde e não pode ser publicado sem o consentimento por escrito dos Editores.