Quando o corpo se torna indigente: Uma etnografia sobre os processos de morrer à luz do estado

Autores

  • Andréa de Souza Lobo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) Instituto de Ciências Sociais. Departamento de Antropologia (ICC) Campus Universitário Darcy Ribeiro. Universidade de Brasília (UnB) Centro Sobreloja B1-347 – Brasília, DF - Brasil. http://orcid.org/0000-0001-7525-1953
  • Luiza Báo Sobreira Pós-graduação em Antropologia Forense. Departamento de Ciências da Vida Universidade de Coimbra Calçada Martim de Freitas, 3000-456, Coimbra - Portugal. http://orcid.org/0000-0002-7260-4191

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2020.v5i10.219-239

Palavras-chave:

não-identificados, indigentes, IML, documento, Estado

Resumo

Este estudo tem por objetivo discutir questões sobre a construção da identidade do corpo morto enquanto indigente. Referimo-nos aos cadáveres que adentram ao Instituto Médico Legal do Distrito Federal sem os documentos que o classificam. Buscamos discorrer sobre o que legitima a atualização do status do morto, que passa a ser lido como não-identificado, ignorado, ou, simplesmente, indigente. Neste processo, é fundamental compreender quem faz parte da construção dessa narrativa: instituições, saberes e papéis. Os departamentos policiais, a metodologia médica-jurídica e os documentos são produzidos através de uma cadeia técnico-burocrático de criação. Definidora de fatos e verdades, a ciência médica serve-se de instrumento ao Estado para criar discursos, a fim de dar sentido a estes corpos, cujo o desconhecimento é a única informação. Dotado de racionalidade e poder, o Estado autoriza as narrativas sobre estes corpos. Os marginalizados em vida permanecem marginalizados na morte.

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Biografia do Autor

Andréa de Souza Lobo, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) Instituto de Ciências Sociais. Departamento de Antropologia (ICC) Campus Universitário Darcy Ribeiro. Universidade de Brasília (UnB) Centro Sobreloja B1-347 – Brasília, DF - Brasil.

Doutora em Antropologia Social. Bolsista de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). É professora do Departamento de Antropologia Social da Universidade de Brasília (DAN/UnB).

Luiza Báo Sobreira, Pós-graduação em Antropologia Forense. Departamento de Ciências da Vida Universidade de Coimbra Calçada Martim de Freitas, 3000-456, Coimbra - Portugal.

Mestranda em Antropologia Forense pela Universidade de Coimbra. É coordenadora da Rede Nacional de Isótopos Forenses Jovem.

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Publicado

2020-12-30

Como Citar

Lobo, A. de S., & Sobreira, L. B. (2020). Quando o corpo se torna indigente: Uma etnografia sobre os processos de morrer à luz do estado. Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 5(10), 219–239. https://doi.org/10.9789/2525-3050.2020.v5i10.219-239