APPROACH OF PROFESSIONAL NURSING FOR WOMEN VICTIM SEXUAL VIOLENCE

Autores

  • Natalia couto
  • gracy kelly paes UNIGRANRIO
  • Nadja Carvalho Moreira Oliveira UNIGRANRIO
  • Maria José Estanilau Daher UNIGRANRIOb
  • Leonara Leite Vidal UNIGRANRIO

DOI:

https://doi.org/10.9789/2175-5361.2011.v3i2.1841%201847

Resumo

ABORDAGEM DO ENFERMEIRO FRENTE À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL: uma revisão bibliográfica.

Natalia Couto,

Gracy  Kelly Paes,

Nadja de Carvalho Moreira de Oliveira,

Maria José Estanislau Daher,

Leonara Leite Vidal.

UNIGRANRIO

DECS: enfermeiro, violência sexual, capacitação

INTRODUÇÃO: A violência contra a mulher pode se manifestar de várias formas e com diferentes graus de severidade. Todos os tipos de violência estão intimamente ligados e os episódios vão ocorrendo numa sequencia gradativa, onde o homicídio é a manifestação mais extrema. Dentre os principais tipos de violência contra a mulher estão a violência de gênero que ocorre pelo simples fato da vítima ser uma mulher; violência intrafamiliar que é cometida por um membro da família; violência domestica que é cometida por pessoas que convivam no espaço doméstico; violência física onde ocorre dano não acidental por meio da força física; violência psicológica que visa causar dano ao emocional da pessoa; violência econômica ou financeira  que compreende todos os atos que afetam a saúde emocional e a sobrevivência dos membros da família; violência institucional que é aquela exercida nos/pelos próprios serviços públicos; violência sexual que compreende uma variedade de atos contra a liberdade sexual de uma pessoa1. Neste estudo, o foco será a violência sexual que é definida como uma ação que obriga uma pessoa a manter relação sexual através do uso da força, intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal2.Os atos sexualmente violentos podem ocorrer em diferentes circunstâncias e cenário, sendo o estupro o mais praticado contra as mulheres1 constituindo um grave problema de saúde publica devido as graves conseqüências para a saúde da mulher, tais como traumas emocionais e físicos, gravidez indesejada e problemas ginecológicos3, sendo hoje no Brasil a violência sexual uma das principais causas de morbimortalidade feminina4.

Esse tipo de violência não distingue classe social, raça ou idade, mas afeta principalmente mulheres jovens em idade reprodutiva3. No entanto, não se sabe ao certo a prevalência da violência sexual já que os casos denunciados são seguramente menos de 10% do total5. Essa omissão se deve principalmente ao fato das agressões ocorrerem em ambientes familiares ou por pessoas conhecidas, onde normalmente existe um vínculo entre o agressor e a vítima, gerando vergonha ou medo da repressão posterior3,6. Além disso, a sensação de culpa, o desconhecimento da legislação e o descrédito na Justiça também contribuem para a falta de denúncia3.

Após a violência sexual a mulher necessita de acolhimento, para que se estabeleça um relacionamento entre o profissional e a cliente, buscando a humanização da assistência à saúde4. A maioria dos serviços de saúde não estão preparados para diagnosticar, tratar e contribuir com as necessidades imediatas dessas mulheres, pois carecem de profissionais capacitados para o reconhecimento e abordagem das vítimas de violência sexual5.

Para tanto é necessário que se tenha uma rede de apoio que ultrapasse os serviços de saúde, sendo necessário que ocorra uma integração de diferentes setores, tais como Justiça, Educação, Ação Social e Saúde, junto com a sociedade civil3.

Assim, o objeto deste estudo é a abordagem do profissional de enfermagem à mulher vítima de violência sexual.

A escolha do tema justifica-se devido a importância de destacar o quanto é fundamental a abordagem do profissional de Enfermagem à vítima de violência sexual, além da necessidade de capacitação dos mesmos. E ainda, alertar as vítimas sobre a necessidade de não omitir a violência sexual, uma vez que esta constitui crime e deve ser punida de acordo com as leis existentes.

OBJETIVO: Descrever de que forma deve ser a abordagem de Enfermagem à vítima de violência.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, de natureza bibliográfica. O conteúdo literário foi obtido na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), na base de dados da Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BDENF (Base de Dados de Enfermagem). Para elaboração desse estudo foram utilizados como descritores: violência sexual, enfermagem e capacitação. Essa busca foi realizada no período de maio de 2010. Inicialmente utilizamos descritores isolados, porém os resultados não atendiam nosso objetivo. Após novo refinamento, utilizamos descritores associados, sendo eles: Violência sexual + enfermeiro; Violência sexual + Capacitação + violência; sexual + enfermeiro. Partindo desses procedimentos, foi realizada uma leitura exploratória em todos os resumos encontrados, que tem por objetivo verificar em que medida a obra consultada interessa à pesquisa, onde foram identificados 5 artigos que se apresentaram em consonância com o tema em discussão e o objetivo da pesquisa.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

AUTOR

TEMÁTICA

ANO

REFERÊNCIA

Rocha BS, Munari DB, Bezerra ALQ, Melo LKA. 7

Enfermeiros coordenadores de equipe do Programa saúde da família: perfil profissional

2009

BDENF/Lilacs

Carinhanha JI. 8

Violência vivenciada pelas adolescentes em situação de rua: bases para o cuidado de enfermagem pela cidadania

2009

BDENF/Lilacs

Azeredo MFP. 9

Repercussões da violência sob a gestação percebidas pelas gestantes com Síndromes Hipertensivas

2009

BDENF/Lilacs

Santana N, Fernades JD. 10

O processo de capacitação profissional do enfermeiro intensivista

2008

Lilacs

Júnior MAF. 11

Os reflexos da formação inicial na atuação dos professores enfermeiros

2008

Lilacs

O primeiro trabalho7 teve como objetivo identificar o perfil dos enfermeiros coordenadores do Programa de saúde da Família, através de um estudo descritivo de abordagem quantitativa. Ao enfermeiro do PSF cabe o gerenciamento, coordenação e supervisão da unidade de saúde e do trabalho da equipe de enfermagem e dos agentes comunitários de saúde (ACS). No entanto, estudos mostram que muitos desses profissionais encontram-se despreparados para assumirem tais tarefas, o que mostra ser fundamental uma revisão no processo de formação dos mesmos.

O segundo trabalho8 abordou as mais variadas facetas da violência sofrida por adolescentes nas ruas. Como método de trabalho foi utilizado uma pesquisa descritivo-exploratória com abordagem qualitativa. Destaca-se diversas formas de violência, dentre elas a sexual. O problema da violência contra as mulheres-adolescentes é antigo e reflete uma ordem social e econômica desigual. A violência, independente do seu gênero, é constante na vida dessas adolescentes gerando certa aceitação em relação a mesma. Conclui-se que essas vítimas tem compreensão acerca da violência sofrida, no entanto não tem dimensão da complexidade do problema, o que mostra a necessidade de enfermeiros capacitados para a atuação juntamente com essas vítimas, buscando medidas educativas para tentar reduzir os danos causados pela violência.

O terceiro trabalho9 buscou mostrar as conseqüências da violência durante a gestação, utilizando-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. Várias são as repercussões da violência na vida das mulheres, principalmente para gestantes, que vão desde conseqüências emocionais, até as físicas e sociais, podendo causar até a morte.

O quarto trabalho10 consta de um estudo com abordagem qualitativa fundamentado em análises de materiais sobre o processo de formação do profissional enfermeiro. Com a constante globalização muitas mudanças vem ocorrendo no mundo da produção e do trabalho, gerando necessidade de maior capacitação dos profissionais de enfermagem buscando uma constante atualização das práticas e dos serviços de saúde. Conclui-se que essa capacitação deve representar um conjunto de práticas e saberes focados na educação, o que potencializa o aprendizado das pessoas, contribuindo para o desenvolvimento de conhecimentos diversificado.

O quinto trabalho11 descreve o grande número de cursos de nível médio implantados no Brasil, verifica-se a necessidade de inserir a formação pedagógica no processo de graduação em Enfermagem. A formação do enfermeiro é focada para a atuação em áreas especificas da saúde, não tendo a preocupação em relação à áreas da docência, que vem se ampliando como campo de trabalho para o profissional egresso. Em suma, é possível concluir que os cursos de graduação em Enfermagem apresentam deficiência na formação de enfermeiros para a atividade docente, mostrando ser necessário uma reformulação no ensino, além de uma educação permanente para estes profissionais, com o objetivo de ampliar seu campo de trabalho e não focar apenas no modelo hospitalocêntrico.

CONCLUSÃO: A partir desse estudo, foi possível concluir que apesar da violência sexual estar presente em todas as esferas da sociedade ela ainda é uma temática pouco discutida, tanto no âmbito da formação do profissional de enfermagem quanto no meio social. A dificuldade encontrada pelas mulheres em denunciar a agressão, constitui um aspecto muito relevante, tornando este problema de saúde pública ainda mais grave, pois além das conseqüências para a saúde dessas vítimas, os agressores não se sentem intimidados a cometerem novas agressões. Assim, a educação em saúde para a população é importante para tornar possível transformar a realidade e não apenas adaptar-se à ela.

                No entanto, a dificuldade do profissional de enfermagem na abordagem, identificação e diagnostico da violência sexual, mostrou-se como principal fator de agravamento do problema, cuja demanda nem sempre é explícita. Desta forma, fica claro a necessidade de investimento em pesquisas que indiquem as dificuldades e limitações vivenciadas por estes profissionais, buscando formas de aprimorar o processo de formação profissional, além da capacitação permanente daqueles em atuação.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

1.     Prevenção da violência sexual contra a mulher [on line]. Disponível em:  http://www.ess.ufrj.br/prevencaoviolenciasexual/index.php/tipos-de-violencia-cometida-contra-a-mulher. Acessado em: 22 mai. 2010.

2.     Portal da violência contra a mulher [on line]. Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em: http://copodeleite.rits.org.br/apc-aa-atriciagalvao/home/noticias.shtml?x=105.Acessado em: 22 mai. 2010.

3.     Oshikata CT, Bedone AJ, Faúndes A. Atendimento de emergência a mulheres que sofreram violência sexual: características das mulheres e resultados até seis meses pós-agressão. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2005.

4.     Higa R, Mondaca ADCA, Reis MJ, Lopes MHBM. Atendimento à Mulher vítima de violência sexual: Protocolo de Assistência de Enfermagem. Rev. Esc. Enfermagem USP, São Paulo, 2008; 42(2):377-82.

5.     Brasil. Ministério da saúde. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes. Norma técnica, 1º ed. Brasília: 1998.

6.     Violência sexual na mulher, o que fazer? [on line]. Brasil, 2007. Disponível em: http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/gynecology/1658786-viol % C3% AAncia-sexual-na-mulher-que/. Acessado em 22 mai. 2010.

7.     Rocha BS, Munari DB, Bezerra ALQ, Melo LKA. Enfermeiros coordenadores de equipe do Programa de Saúde da Família: perfil profissional. Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009; 17(2):229-33.

8.     Carinhanha JI. Violência vivenciada pelas adolescentes em situação de rua: bases para o cuidado de enfermagem pela cidadania. [monografia]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro, 2009.

9.     Azeredo MFP. Repercussões da violência sob a gestação percebidas pelas gestantes com Síndromes Hipertensivas. [monografia]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro, 2009.

10.  Santana N, Fernandes JD. O processo de capacitação profissional do enfermeiro intensivista. Rev. Bras. Enferm. Vol. 61, nº 6, Brasília, 2008.

11.  Júnior MAF. Os reflexos da formação inicial na atuação dos professores enfermeiros. Rev. Bras. Enferm. Vol. 61, nº 6, Brasília, 2008

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Natalia couto

enfermagem e sexualidade

gracy kelly paes, UNIGRANRIO

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Nadja Carvalho Moreira Oliveira, UNIGRANRIO

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Maria José Estanilau Daher, UNIGRANRIOb

enfermagem e sexualidade

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Publicado

2011-04-11

Como Citar

1.
couto N, paes gracy kelly, Oliveira NCM, Daher MJE, Vidal LL. APPROACH OF PROFESSIONAL NURSING FOR WOMEN VICTIM SEXUAL VIOLENCE. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) [Internet]. 11º de abril de 2011 [citado 12º de novembro de 2024];3(2):1841 1847. Disponível em: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/985

Edição

Seção

Revião

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