ENFERMAGEM E AÇÕES EDUCATIVAS EM PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pPalavras-chave:
Insuficiência Renal, Enfermagem, Educação em SaúdeResumo
INTRODUÇÃO
Os rins são órgãos duplos retroperitoneais situados na parede posterior do abdome. Além de realizarem a filtração do plasma, os rins são responsáveis pela depuração de produtos químicos endógenos e exógenos, manutenção do volume e da composição química dos líquidos corporais, síntese de eritropoetina e, regulação do metabolismo de minerais. Quando os rins não podem remover os resíduos metabólicos do organismo ou realizar as suas funções reguladoras, as substâncias normalmente eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos orgânicos, levando a uma ruptura nas funções endócrina e metabólica, tendo como resultado a Insuficiência Renal, que é uma doença sistêmica e via final comum de diferentes causas renais e do trato urinário. Esta patologia pode ser classificada como aguda, caracterizada como uma síndrome clínica súbita e reversível das funções renais, e crônica, sendo um quadro decorrente da perda progressiva e irreversível da função renal. A Insuficiência Renal Crônica (IRC) pode ser tratada através da diálise ou do transplante renal. Segundo o censo de 2009 realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), existem cerca de 77.589 indivíduos em tratamento dialítico no Brasil, número este que contrasta com o constatado no ano de 2000, onde haviam 42.695 indivíduos realizando este tratamento. Devido a este cenário e ao impacto que a IRC provoca na qualidade de vida destes indivíduos e na sociedade, o Enfermeiro é um dos elementos que atuam de forma mais direta aos pacientes, tendo como uma de suas funções a adoção de ações educativas que visem à adesão e manutenção do tratamento dialítico, contribuindo para que a qualidade de vida deste indivíduo seja mantida de acordo com as suas possibilidades.
OBJETIVO
Identificar, a partir da produção científica, as ações educativas desenvolvidas pelo Enfermeiro aos pacientes em tratamento dialítico para IRC, que contribuam para a manutenção da qualidade de vida destes indivíduos.
METODOLOGIA
Estudo qualitativo no qual foi realizada uma revisão de literatura a partir da pesquisa de artigos e periódicos indexados em base de dados (Scielo, Lilacs, BVS), que abordavam o assunto a partir dos descritores: Insuficiência Renal – Enfermagem – Educação em Saúde. Os critérios de elegibilidade foram artigos em português, inglês e/ou espanhol; e compreendidos no período de 1998 a 2010.
RESULTADOS
Foram encontrados 15 artigos a partir dos descritores supracitados, cujas publicações compreendiam o período de 1998 a 2010. Dentre estes artigos, 03 foram excluídos por não se enquadrarem no objetivo do estudo, e somente 05 estavam direcionados à ação educativa do Enfermeiro, sendo os demais utilizados para o embasamento teórico do estudo. Os artigos revelaram que as atividades de Educação em Saúde (ES) promovidas pelos Enfermeiros devem estar pautadas na identificação das necessidades destes indivíduos, sendo respeitada sua visão de mundo e suas expectativas, além de valorizar seu conhecimento pré-existente, ou seja, devem estar baseadas na troca de saberes e não na sua imposição. Isto permite que esses indivíduos se tornem membros efetivos do seu processo de cuidar, contribuindo assim para a sua adesão aos cuidados e tratamento. Estas atividades de Educação em Saúde (ES) estavam baseadas em discussões promovidas pelos Enfermeiros através de dúvidas trazidas pelos pacientes, onde estas englobavam a fisiopatologia e causas da IRC, tratamento hemodialítico, alimentação e controle hídrico, apoio da família, sendo utilizados alguns recursos como slides, quadro negro e peças anatômicas. Em um dos artigos, estas discussões tinham o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de um manual ou cartilha que contemplasse essas e outras informações essenciais, já que os pacientes destacaram a importância da existência de um material como este. No entanto, 02 artigos utilizaram o referencial teórico de Orem para demonstrar o uso de ações educativas a esses pacientes através do sistema de apoio-educação proposto pelo referido referencial.
CONCLUSÕES
A IRC e o tratamento dialítico promovem profundas transformações físicas e emocionais, além de modificações no convívio social destes pacientes, já que possuem limitações em sua alimentação, redução e controle dos líquidos ingeridos, necessidade de medicações controladas e periodicidade do tratamento dialítico. A partir disso, é essencial que o Enfermeiro adote ações de ES que contribuam para o empoderamento para o autocuidado, proporcionando uma melhor adequação do paciente ao tratamento, garantindo assim uma melhor qualidade de vida. Contudo, este estudo pretendeu contribuir para o desenvolvimento de novas pesquisas direcionadas a atividade educativa do Enfermeiro aos pacientes com IRC em tratamento dialítico, visto que foram encontrados poucos materiais sobre a temática em questão.
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