IMPORTÂNCIA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NA MUDANÇA DO PARADIGMA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL PRESTADA AO PORTADOR DE SOFRIMENTO PSÍQUICO

Autores

  • Lirys Figueiredo Cedro UFF
  • Ândrea Cardoso de souza UFF

DOI:

https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25p

Palavras-chave:

Reforma psiquiátrica, enfermagem, saúde mental

Resumo

Introdução O processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil surge em função da necessidade de mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços. Entende-se Reforma psiquiátrica como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que este processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. Objetivo Este estudo tem como objetivo descrever as modificações na assistência de Enfermagem de saúde mental após a reforma psiquiátrica. Descrever a importância dos cuidados enfermagem na melhoria dos usuários do serviço de saúde mental.Metodologia Trata-se de um estudo bibliográfico. Os dados  foram coletados em periódicos de Enfermagem de forma manual e através das bases de dados eletrônica BDENF (Bases de dados em Enfermagem) e LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe e Ciências da Saúde) e BIREME. Foram selecionados 5 artigos que relacionavam com a temática do estudo com os objetivos propostos.Resultados A Reforma Psiquiátrica tem como uma das vertentes mais importantes a desinstitucionalização com decorrente desconstrução do manicômio e dos paradigmas que o sustentam. A substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos por outras práticas terapêuticas e a cidadania dos usuários do serviço de saúde mental vêm sendo objeto de discussão não só entre os profissionais de saúde, mas também em toda a sociedade. Em relação a discussão desse paradigma, cabe mencionar que o modelo psiquiátrico clássico costumava transformar a loucura em doença e engendrava uma necessidade social por tratamento e assistência, ao distanciar o louco do espaço social e promover a transformação da loucura em objeto do qual o sujeito precisa se distanciar. O hospital psiquiátrico concretiza a exclusão da produção de subjetividades na relação com o diferente, com a diferença, com a loucura. O que está em questão agora é um cenário do projeto de desistitucionalização, de desmontagem e de desconstrução de saberes, práticas e discursos comprometidos com a objetivação da loucura e sua diminuição à doença. Entende-se por desistitucionalização o ato de compreender instituição no sentido dinâmico e complexo das práticas que produzem determinada forma de perceber, entender e relacionar-se a fenômenos históricos e não somente desospitalizar.   Quanto a questão da assistência aos portadores de sofrimento psíquico, a atuação do Enfermeiro consiste no enfoque  da promoção da saúde mental, na prevenção da enfermidade mental, na ajuda ao portador de sofrimento psíquico no enfrentamento das pressões da enfermidade mental e na capacidade de assistência ao paciente, à família e à comunidade.   Para o enfermeiro, a realização de suas funções, deve usar a percepção e a observação, formular interpretações válidas, delinear campo de ação com tomada de decisões, planejar a assistência, avaliar as condutas e o desenvolvimento do processo terapêutico. Essas atividades  fazem parte do processo de cuidado de enfermagem, devendo direcionar o relacionamento interpessoal e terapêutico. Nos serviços substitutivos, a Enfermagem, direciona suas ações de forma diferenciada no tratamento dos portadores de sofrimento psíquico, implicando atitudes de respeito e dignidade para com o usuário, ações voltadas às individualidades do sujeito e participação deste em seu processo de tratamento, ao valorizar e estimular o auto cuidado valorizando   a reinserção em grupos sociais e comunitários. Para isso, o profissional deve buscar cenários de produção do acolhimento, isto é, espaços que tornem possível a solidariedade, a afetividade, a compreensão, a autonomia, a ética e a cidadania, enfim, espaços que proporcionem a atenção psicossocial e a reabilitação do indivíduo. O processo de reabilitação seria um processo de reconstrução, um exercício de cidadania e de contratualidade. A construção da cidadania é o ponto fundamental da atenção psicossocial, sendo necessário um vínculo efetivo e contínuo, do profissional com o usuário, bem como deste com o serviço de saúde. Conclusão Portanto, a reforma psiquiátrica contribuiu para a descentralização da assistência, contribuindo para melhoria da qualidade de vida do portador de transtorno psíquico e favorecendo a inclusão social dos usuários ao propiciar trocas sociais,  ao favorecer a cidadania e contratualidade.

 

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Publicado

2010-12-07

Como Citar

1.
Cedro LF, de souza Ândrea C. IMPORTÂNCIA DA REFORMA PSIQUIÁTRICA NA MUDANÇA DO PARADIGMA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL PRESTADA AO PORTADOR DE SOFRIMENTO PSÍQUICO. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) [Internet]. 7º de dezembro de 2010 [citado 24º de dezembro de 2024];. Disponível em: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/1243

Edição

Seção

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