A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DOS GRADUANDOS DE ENFERMAGEM APÓS A VIVÊNCIA NO ENSINO PRÁTICO NA ATENÇÃO À SAÚDE DE PORTADORES DE TRANSTORNO MENTAL
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pPalavras-chave:
formação do enfermeiro, saúde mental, enfermagemResumo
INTRODUÇÃO:
O presente estudo aborda o processo de aprendizado e a modificação do comportamento dos graduandos de Enfermagem pertinente à aproximação com pacientes com transtornos mentais durante o período de ensino.
OBJETIVO:
Identificar os reflexos da vivência no campo de prática em saúde mental no ensino de enfermagem psiquiátrica e na formação profissional.
METODOLOGIA:
Estudo de abordagem qualitativa e descritiva de caráter exploratório cujo método de análise de dados empregado foi o de análise documental a partir de dados da avaliação da disciplina e revisão bibliográfica, onde a categorização dos dados de cinco questões do referido documento norteou a construção de cada etapa desta pesquisa; onde o período de coleta de dados foi de 10 de novembro a 15 de dezembro de 2008. O cenário de estudo consistiu em uma unidade de saúde mental conveniada com a instituição de ensino superior localizado no município do Rio de Janeiro.
RESULTADOS:
A apreciação de cinco das oito questões selecionadas do documento de análise de dados propiciou o surgimento de vinte e três categorias, onde destas dez, dez, sete, oito e nove foram apontadas respectivamente da primeira a quinta questão analisada. Observamos com isso, a maior preocupação por parte dos acadêmicos em caracterizar o cliente cuidado no momento de vivência no campo de ensino prático, seguido pela caracterização do momento vivenciado e pela descrição de sua própria concepção ao final deste período. Percebendo assim, na caracterização do cliente cuidado, oito maneiras diferentes de percepção com relação aos mesmos, onde a partir de então foi evidenciado a desconstrução de uma percepção discriminatória e preconceituosa por parte dos acadêmicos. Ressaltamos que a experiência de ensino prático foi assinalada pelos graduandos em sua maioria de forma positiva e agradável, comprovando o achado supracitado. Enfatizamos que a categoria referente à auto-concepção dos acadêmicos corroborou treze formas distintas na percepção destes, onde a inquietação ascendente faz alusão a estar preparado, seguro e consciente com relação ao mundo psiquiátrico; demonstrando com isso que no momento anterior ao ensino prático os alunos de enfermagem sentiam totalmente o oposto disto, provando que resquícios da história da psiquiatria como ver o louco como um perturbador de ordem e que deve ser isolado e colocado à margem da sociedade ainda invadem nossos dias nos trazendo sentimentos de medo e repulsa reforçando a idéia pregada pela sociedade de exclusão, discriminação e preconceito com relação aos indivíduos portadores de transtorno mental. Minoritariamente notamos a apreensão dos graduandos voltada com a disciplina, com o ambiente físico e com a interação acadêmico-cliente. Ratificamos com isso a mudança na percepção, do comportamento e atitude dos graduandos com relação à psiquiatria, onde a partir de então foi revelado a desconstrução do cuidado voltado apenas para uma visão biomédica, tendo este abrangido a idéia de humanização e holística aludida nas salas de aulas; percebendo-se assim, a valorização como um todo do sujeito a ser cuidado. No entanto, assinalamos que a relação intersubjetiva primordial para o exercício pleno, imensurável e individualizado da enfermagem foi aludida de maneira ínfima, revelando a despreocupação dos acadêmicos com relação a um ponto essencial principalmente para a saúde mental por meio da escuta sensível, empatia e reabilitação social.
CONCLUSÃO:
O estudo possibilitou o aprendizado concernente ao foco de atenção dos alunos de Graduação em Enfermagem nos dias atuais voltado para o surgimento de uma nova percepção no campo da psiquiatria revelando neste estudo a desmistificação do mesmo por meio de conceitos de humanização e integralidade. Com disso, permitiu revelar o nascimento de uma nova visão referente ao cuidado em saúde mental. Além de nos levar a reflexão acerca das práticas implementadas pela enfermagem no cuidado de clientes psiquiátricos e da possibilidade de recriar espaços de aprendizado em enfermagem psiquiátrica voltada para a produção de sentidos referentes à intersubjetividade, valorizando a Enfermagem e dando maior visibilidade acerca da importância do seu papel na Saúde Mental.
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