A CONTRIBUIÇÃO DE PROFA. GLETE DE ALCÂNTARA NA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pPalavras-chave:
História da Enfermagem, papel profissional, escolas de EnfermagemResumo
INTRODUÇÃO
Dra. Glete de Alcântara, nasceu em 24 de junho de 1910, na cidade de São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais, formou-se enfermeira pela School of Nursing of Toronto, Canadá, concluindo sua graduação em 1944, com bolsa da fundação Rockfeller. Em 1945, é contratada pela Escola de Enfermagem da USP, para lecionar “técnica de Enfermagem”, mas lecionou também “Enfermagem médica” de 1945-1947. Permaneceu como docente até 16 de março de 1952. Enquanto lecionava na Escola de Enfermagem, cursou também Ciências Sociais pela mesma universidade (Universidade de São Paulo), iniciando o curso em 1947. Em 1950, cursa o programa de pós-graduação, no Teacher’s College, Universidade de Colúmbia, obtendo o título de “Máster of arts”, no ano de 1952, obtém o título de Licenciada em Ciências Sociais. Em 1963 defende sua tese de cátedra, “A enfermagem moderna como categoria profissional: obstáculos à sua expansão na sociedade brasileira”, considerada um marco na pesquisa em Enfermagem, pois é a primeira tese defendida por um enfermeiro na America Latina. O arcabouço didático-administrativo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo tem sua instituição em 26 de dezembro de 1951, sob a Lei Estadual 1467 e anexa a ela, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP). O contrato de Professora Glete de Alcântara com o objetivo de exercer a direção da EERP/USP, consta da ata 312, livro 13, p.168, de 05 de março de 1952, da Universidade de São Paulo. A trajetória histórica de Dra. Glete de Alcântara não é exclusiva ao contexto histórico da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, atuou na Enfermagem em nível nacional através da Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas (ANED), atual Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), mostrando seu engajamento na vida associativa da profissão.A participação de Profa. Glete de Alcântara junto à Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) no período de 1946-1974 ainda apresenta lacunas significativas de pontos importantes da História da Enfermagem Brasileira e que podem auxiliar no entendimento de posturas políticas e de ensino defendidas pela ABEn neste período. A ABEn, passou por muitas dificuldades desde o seu inicio, de ordem financeira, ou mesmo científica, apresentando dificuldades em relação ao incentivo à pesquisa com vistas a publicação das mesmas na revista da associação. Muitos relatos descritos nas Atas da ABEn destacam importância da Dra. Glete de Alcântara no alavancamento da associação na década de 40. Em 1946 Dra. Glete da Alcântara lutava em prol do engajamento das Enfermeiras em conseguir novas assinaturas, uma vez que não havia dinheiro suficiente para as edições de 1948. Em 1954 muda-se o nome da associação e da revista, que passam a ser respectivamente: Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), com nova formatação no início de 1955. Ao longo de sua trajetória a Revista Brasileira de Enfermagem deixa em páginas além de conteúdo científico, notícias e organização da ABEn um vasto campo para o estudo da História da Enfermagem ainda pouco explorado. Desta forma, resgatar o discurso de Dra. Glete de Alcântara expressa via os mais de 30 artigos publicados pela docente na revista da ABEn, além de notícias pertinentes sobre sua atuação, assim como detalhamento das comissões em que participou, podem servir como linha do tempo para a discussão da atuação profissional da docente dentro da associação e as posições políticas defendidas pela mesma em relação a consolidação da Enfermagem no país.
OBJETIVO
Este presente estudo tem como objetivo resgatar dados sobre a atuação da Professora Dra. Glete de Alcântara junto à Associação Brasileira de Enfermagem de 1946-1974.
METODOLOGIA
Estudo de perspectiva histórica com utilização do método de pesquisa documental e analise de conteúdo. A análise dos documentos será norteada pelas definições de Bardin (1977) no que se refere à análise documental. Segundo este autor esta modalidade ainda é pouco conhecida no campo científico e possui como objetivos remodelar o formato da informação de forma a atender os objetivos da pesquisa, apresentando-as de formas variadas de seu original através de um processo de transformação. Desta forma pretende-se organizar, indexar e sintetizar os fatos, construindo uma linha temporal. As fontes são constituídas da introdução da Revista Brasileira de Enfermagem, onde era indicado os cargos dentro da ABEn ou ao final da revista. A delimitação temporal refere-se a 1932 quando a revista é criada até 1974, ano de falecimento de Dra. Glete de Alcântara.
RESULTADOS PRELIMINARES
Os resultados mostram que Dra. Glete de Alcântara foi galgando espaços privilegiados na administração da revista, destacando-se seu início em 1946 como presidente da comissão de propaganda, em 1949 com o título de presidente da seção São Paulo (1949-1952), de 1952 a 1954 é identificada como presidente nacional, de final de 1955-1961 e 1964-1966 é identificada como presidente da comissão de educação, 1962-1963 como presidente da comissão de ética, 1972-1974 como presidente nacional novamente.
CONCLUSÕES PARCIAIS
Verifica-se que Dra. Glete de Alcântara destacou-se na organização administrativa da Aben e aparentemente contribuiu para seu desenvolvimento a partir de 1946, o estudo de seus escritos na revista, poderá em etapa futura, acrescentar dados sobre quais colaborações efetivamente podem ser atribuída a Dra. Glete de Alcântara.
REFERÊNCIAS
1 ALCÂNTARA, G. Resenha histórica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Revista Brasileira de Enfermagem, v.15, n.2, p.88-91, abr.1962.
2 ____________ . Memorial. 1963. 18p. Concurso para Docência – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1963.
3 ANGERAMI, E.L.S.; PELÁ, N.T.R. Glete de Alcântara: Vida e obra. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1976. 71p.
4 BARDIN, L. Analise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. 226p.
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