DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM RELACIONADOS AO USO DE ANTICOAGULANTES E ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS.
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pPalavras-chave:
Cuidados de enfermagem, anticoagulantes, antiagregante de plaquetasResumo
INTRODUÇÃO: O processo de enfermagem prevê uma metodologia que nos possibilita, independente do referencial teórico eleito, abordar a clientela no que tange aos problemas de saúde ou aos processos vitais, buscando determinar que aspectos desses problemas exigem uma intervenção do profissional de enfermagem. Frente à necessidade de implementação do cuidado sistemático, com base no uso do processo de enfermagem, reflete-se sobre a necessidade direcionar a assistência de enfermagem às terapias anticoagulantes e com antiagregantes plaquetários. Estes são largamente utilizados com a finalidade de diminuir a coagulação do sangue para reduzir morbidades e mortalidades decorrentes de trombos sangüíneos, responsáveis por problemas como Infarto Agudo do Miocárdio, Trombose Venosa Profunda, Tromboembolismo Pulmonar e Acidente Vascular Cerebral. No entanto, é necessário que o paciente esteja apto para aderir ao tratamento, pois há um grande de risco devido às complicações hemorrágicas, no entanto, muitas das vezes é imprescindível, e por isso, os pacientes precisam de um acompanhamento clínico e laboratorial rigoroso para avaliação tanto médica quanto de enfermagem, sabendo estes controlar possíveis complicações hemorrágicas. Muitas dessas complicações decorrem do uso do anticoagulante, da baixa adesão ao tratamento recomendado, do uso de outros medicamentos que potencializaram a atividade do anticoagulante, da negligencia dos controles laboratoriais regulares, ou ainda por algumas contra-indicações que não foram consideradas no momento da prescrição da terapêutica. Frente às demandas apresentadas cabe ao enfermeiro à partir dos diagnósticos de enfermagem identificados, planejar as intervenções de enfermagem mais adequadas, sendo assim foram traçados os seguintes objetivos. OBJETIVOS: Identificar a produção científica de enfermagem sobre a sistematização de enfermagem nos clientes em terapêutica de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários. Identificar na literatura os possíveis problemas de enfermagem relacionados ao uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários. Realizar um mapeamento cruzado na Classificação Internacional para a Prática de enfermagem (CIPE) com vistas a estruturação de diagnósticos e intervenções de enfermagem. METODOLOGIA: Para alcançar os objetivos propostos realizou-se uma pesquisa bibliográfica na Biblioteca Virtual em saúde (BVS), nas bases de dados LILACS e MEDLINE, com os descritores: antiagregante de plaquetas, anticoagulantes e cuidados de enfermagem. Foram selecionadas as publicações dentro do recorte temporal de 2000 à 2008; com aderência à temática e em língua portuguesa. RESULTADOS: Nessas bases de dados foram identificados 13 artigos, dos quais foram selecionados 10 artigos que atendiam aos critérios de inclusão no estudo, após leitura analítica pelos autores. Uma das principais atividades da equipe de enfermagem no cuidado aos pacientes é a administração de medicamentos, a qual exige dos profissionais: Atualização constante, responsabilidade, conhecimento e habilidades, fatores estes que garantem a segurança do paciente. Os pacientes que fazem uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários apresentam necessidades e cuidados específicos quanto ao seu uso. Cuidados esses aos quais, a assistência de enfermagem tem um importante papel, principalmente, no sentido de prevenir possíveis complicações. Dentre as complicações e efeitos adversos mais relacionados ao uso desses fármacos destacam-se: hemorragia, esta constitui a principal complicação do uso de anticoagulantes, podendo ocorrer nos tratos gastrointestinal, urinário e na glândula adrenal devido ao uso de uma quantidade (dose) excessiva ou interrupção do tratamento; a trombocitopenia pode ocorrer de forma transitória e imediata, durante a infusão venosa em bolo, devido à ação direta nas plaquetas; erupção cutânea, alopecia, diarréia, queda inexplicada no hematócrito e "síndrome purpúrica dos pés". A osteoporose é vistas nos tratamentos que possuem seis meses ou mais de duração, esta, porém possui causa desconhecida. Citam-se ainda hematoma subdural, pancreatite aguda hemorrágica, hematomas e equimose. O risco mais importante da terapia com a Varfarina é de hemorragia em vários órgãos com conseqüente formação de hematomas, bem como desenvolvimento de anemia. Podem também ser observados febre, náusea e vômito, pancreatite, hemotórax e sangramento nasal. Quanto às complicações decorrentes ao uso de antiagregantes plaquetários destacam-se principalmente: distúrbios gastrointestinais, como náuseas, dor epigástrica, sangue oculto nas fezes, hematêmese e melena. Após o mapeamento cruzado na CIPE, foram identificados os seguintes diagnósticos de enfermagem: Risco de hemorragia, devido à trombocitopenia induzida por esses fármacos, geralmente causada por um tratamento prolongado com dose elevada de Heparina; Risco de sangramento, devido ao déficit de volume de líquidos quando ocorre perda ativa de sangue; Hematoma atual, devido a administração da Heparina que causa lesão tecidual; Nível diminuído de plaquetas, devido a trombocitopenia induzida por esses fármacos; Febre atual, devido à trombocitopenia que pode está associada à neutropenia, levando a uma infeção e febre que é um sinal da neutropenia; Risco de dor visceral (dor epigástrica), devido a lesão da mucosa gástrica causada pelo uso de ASS, que deve-se à inibição da COX-1 no estômago este responsável pela produção do muco; Diarréia atual; Vômito atual; Náusea atual esses últimos devido à perturbações gastrointestinais causada por antiagregante plaquetários. Diante destes diagnósticos identificam-se algumas intervenções correspondentes, tais como: Conferir diariamente acesso venoso, pois a presença de sinais flogísticos no local da punção significa que há infecção, ou ainda podendo apresentar sangramento; Monitorar diariamente o sistema tegumentar, observar quanto a presença de petéquias (pernas e braços), pois equimoses ou hematomas caracterizam sangramento por conta de fragilidade relacionado a hemorragias ; Monitorar exames, os principais exames são acompanhamento contínuo do nível de plaquetas, neutrófilos e linfócitos, devido ao risco de trombocitopenia causada por tais fármacos ; Monitorar temperatura corporal, a monitorização da temperatura corporal é imprescindível a cada 4 horas é, pois este também é um indicador dos diagnósticos das complicações causadas por esses fármacos; Observar interações medicamentosa, pois ao realizar perguntas sobre os medicamentos e alimentos (brócolis, alface, couve flor, aspargo, nabo, repolho, agrião, fígado de boi) que potencializam ou inibem a ação destes fármacos pode-se intervir precocemente, já que existem interações medicamentosas que aumentam o risco de sangramento . Destaca-se que o termo plaquetas não está contido no eixo foco na versão 1.0 da CIPE, ainda que tenha extrema relevância para o cuidado de enfermagem e que tenha sido empregado nesse estudo.
CONCLUSÃO: Espera-se que este estudo promova nos profissionais de enfermagem uma reflexão sobre a importância de conhecimentos específicos a cerca de tais medicações, para assim melhorar a assistência prestada. Conclui-se este trabalho destacando a importância dos enfermeiros prestarem uma assistência qualificada, integral e individualizada a pacientes com uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários, enfatizando que os mesmos devem estar cientes da relevância do cuidado sistemático para a melhoria das condições de saúde do indivíduo.
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