O ENTENDIMENTO DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SOBRE A VARIEDADE COMO FORMA DE RECUPERAÇÃO DO CLIENTE.

Autores

  • Mariana freitas

DOI:

https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25p

Resumo

Ana Paula da Silva; Mariana Freitas; Paulo Vaccari Caccavo; Thais Lang.

Descritores: Cuidados de Enfermagem, Pesquisa em Enfermagem, Epistemologia.

 

INTRODUÇÃO: O presente estudo foi desenvolvido no primeiro semestre de 2010 por um grupo de três estudantes de enfermagem do sexto período da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ como requisito para conclusão de etapa curricular do Curso de Graduação. Trata do entendimento que os estudantes de enfermagem do sexto período têm acerca do tema variedade como forma de recuperação do cliente. O problema de estudo está relacionado à característica dos cuidados de enfermagem que tinham de ser dispensados à clientela. Pelo fato de ser uma clientela de alta complexidade, os estudantes se ocupavam mais em prestar os cuidados de enfermagem, sem contudo observar a necessidade de lazer da clientela. Por isso, o estudo esteve pautado nos fundamentos de Florence Nightingale, mais especificamente aquele relacionado à variedade, tal como contido no livro Notas sobre enfermagem – o que é e o que não é (Nightingale, 1989). Com a leitura atenta, pudemos perceber o quanto a variedade ligada ao ambiente no qual o cliente se encontra favorece sua recuperação. Isto, porque a hospitalização é um acontecimento na vida das pessoas que causa uma ruptura dos hábitos e costumes dos indivíduos com a familiaridade de seu ambiente, o que pode causar conseqüências na sua capacidade de auto-realização e de cuidado pessoal. Por estar inserido num ambiente desconhecido, ele pode sentir insegurança pela doença e por fatores emocionais, bem como não saber como se comportar, pois encontra-se dependente das pessoas que dele cuidam. Tanto assim, que Florence entende que o sofrimento do enfermo confinado a uma cama, privado de suas atividades diárias, pode ser reduzido com algo que ele possa distrair-se, livrando-se por alguns momentos da aflição e angústia que a ausência de atividades e a preocupação com a doença o trazem. Por isso, pensamos que com a realização desta investigação poderíamos atingir os OBJETIVOS de: identificar os motivos pelos quais os estudantes de enfermagem não observarem a variedade como forma de recuperação; descrever a maneira pela qual eles poderiam aplicar o princípio da variedade nos cuidados dispensados por eles à clientela; contribuir para a construção do conhecimento de enfermagem relacionado à importância da variedade no cuidado de enfermagem. Para alcançar esses obetivos, estabelecemos como METODOLOGIA uma pesquisa quanti-qualitativa, com abordagem descritivo-exploratória, pois pensamos que essa estratégia seria a melhor para evidenciar o porque do comportamento dos estudantes. sujeitos envolvidos. Assim, dos estudantes que poderiam ter participado da pesquisa, somente 23 deles aceitaram participar da pesquisa, após a assinatura de um Termo de Compromisso, sendo lhes garantido o anonimato. Para a obtenção dos dados, utilizamos um questionário composto de cinco perguntas, sendo quatro delas abertas e uma fechada. O questionário foi entregue em mãos aos estudantes, sendo recolhido posteriormente. Os dados quantitativos foram organizados em tabelas e quadros, enquanto os subjetivos foram divididos em categorias e subcategorias para a analise. Dessa forma, os dados foram apresentados em tabelas e quadros, com os recortes e falas dos sujeitos-objeto. Assim, chegamos aos seguintes RESULTADOS: 82,6% dos entrevistados não conhecem a obra de Florence, porém sabiam sobre o que era variedade no cuidado de enfermagem, fazendo sua correlação com o ambiente de forma satisfatória, pois a entenderam não apenas como uma alteração qualquer do ambiente, mas sim de uma forma de ajudar  clientela no processo de recuperação com uma minimização da ansiedade. Dessa forma os estudantes disseram que possivelmente se tivessem se organizado poderiam conseguir implementar essa ação de cuidar na enfermagem, pois 95,65% dos estudantes observaram que em outros momentos da formação deles, quando fizeram algo que desviasse a atenção dos clientes da sua doença eles puderam perceber uma mudança, sendo que a mais citada foi a melhora de humor. Com este estudo, pudemos CONCLUIR que os estudantes aplicavam o conceito de variedade em sua prática no campo de estágio, mas não em sua totalidade, pois somente o faziam em alguns cenários da pratica, quando era possível. Um fato que nos chamou a atenção foi o de que, pelos estudantes não terem lido o livro “Notas Sobre Enfermagem”, acabam por praticar as ações de enfermagem (quanto à variedade) de forma empírica. Quanto à aplicação da variedade no cuidado, foi observado que está sendo aplicado de forma satisfatória pela maioria dos estudantes e que vem trazendo consigo bons resultados. Observa-se, porém que os estudantes aplicam poucos recursos, ou seja, poderiam realizar mais alterações no ambiente em prol do cliente. Essa situação, pode ser explicada pela posição do estudante na maioria das vezes inseguros por suas limitações. Assim, pensamos que com esta investigação pudemos contribuir para a construção do conhecimento da enfermagem, pois a nosso ver o tema não é suficientemente abordado. Nossa pretensão foi a de colaborar para que explicite melhor a prática assistencial dos estudantes de enfermagem que desejam tratar de seus clientes utilizando mais o recurso da variedade, o que talvez permitisse a eles estimular o interesse pelo tema e ampliar o campo das discussões; incentivar os alunos a se voltarem para a observação do ambiente; dar subsídios a enfermeiros docentes e assistenciais para que possam refletir sobre as formas de ensinar a cuidar e de cuidar, com base nos elementos significativos da arte de enfermagem, cuja origem atém-se às proposições de Florence Nightingale.

 

REFERÊNCIAS

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CACCAVO, Paulo Vaccari, CARVALHO, Vilma de. A arte da enfermagem: efêmera, graciosa e perene. Rio de Janeiro: Editora EEAN, 2003.

FARIA, Ana Cristina; CUNHA, Ivan; FELIPE, Yone Xavier. Manual Pratico para Elaboração de Monografias: Trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. 3ª Edição. Petrópolis: Editora Vozes, 2007.

NIGHTINGALE, Florence (1820-1910). Notas sobre Enfermagem: o que é e o que não é. São Paulo: Editora Cortez/ABEn-CEPEn, 1989.

POTTER, Patrícia A., Perry, Anne G. Fundamentos de Enfermagem. 7ª Edição. São Paulo: Elsevier, 2009.

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Publicado

2010-11-12

Como Citar

1.
freitas M. O ENTENDIMENTO DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SOBRE A VARIEDADE COMO FORMA DE RECUPERAÇÃO DO CLIENTE. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) [Internet]. 12º de novembro de 2010 [citado 14º de novembro de 2024];. Disponível em: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/929

Edição

Seção

Revisão Sistemática de Literatura

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