OSTEOSSARCOMA DE FÊMUR DISTAL COM FRATURA DE ENDOPRÓTESE NÃO CONVENCIONAL: REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO.
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pKeywords:
Osteossarcoma justacortical, Enfermagem ortopédica, Cuidados de Enfermagem.Abstract
Descritores: Osteossarcoma justacortical, Enfermagem ortopédica, Cuidados de Enfermagem.
INTRODUÇÃO
O osteossarcoma é relatado por Hebert (2009) e Tashiro (2001) como um tumor maligno primário. Encontrado com mais freqüência no tecido ósseo. Os ossos mais acometidos são: fêmur distal, tíbia proximal, seguidos de úmero, rádio e fíbula. Os mais comumente encontrados são dor, edema, aumento de temperatura associado ou não a trauma e/ou fratura local. De acordo com Hebert (2009), o osteossarcoma é responsável por aproximadamente 20% dos sarcomas ósseo existentes. Caracteriza-se por células malignas do estroma com formação direta de osteóide e tecido ósseo. Segundo TSAI et al (2007), o tratamento do osteossarcoma pode ser realizado através de dois tipos de cirurgias: a amputação do membro afetado ou a cirurgia de preservação do membro. Esta última consiste na ressecção do tumor e a substituição do defeito através da colocação de uma endoprótese, por meio de um segmento de homoenxerto de banco de tecido ósseo, por transporte ósseo ou por uma combinação de métodos.
A terapia neo-adjuvante na fase pré-operatória é utilizada com a finalidade de redução do edema e diminuição do tamanho do tumor, facilitando a cirurgia conservadora ou proporcionando condições de uma amputação menos abrangente. Dependendo da resposta do tumor à quimioterapia, uma das modalidades cirúrgicas é indicada. Além disso, a escolha do tipo de cirurgia depende também da localização da lesão, idade do paciente e da perspectiva de crescimento da extremidade (TASHIRO, 2001).
Por se tratar de uma patologia complexa e seu tratamento pouco abordado em literaturas de enfermagem, este trabalho contribui para aprimorar o conhecimento dos profissionais de enfermagem objetivando uma melhor assistência aos pacientes submetidos à colocação de endoprótese não convencional de joelho, melhorando, desta forma, a qualidade de vida destes pacientes, minimizando os riscos da cirurgia e possíveis complicações. o do tamanho do tumor, facilitando a cirurgia conservadore ou proporcionando condiç
OBJETIVOS
Este estudo tem como objetivos: descrever um caso clínico de osteossarcoma de fêmur distal com fratura de endoprótese não convencional de joelho; enfatizar o processo fisiopatológico do osteossarcoma e o tratamento cirúrgico de preservação do membro; destacar as principais ações de enfermagem a pacientes portadores de osteossarcoma submetidos ao tratamento cirúrgico de endoprótese.
METODOLOGIA
Refere-se a uma pesquisa descritiva e exploratória com relato de caso de uma paciente do sexo feminino, 26 anos, ocorrido em um hospital de ortopedia e traumatologia de alta complexidade no estado do Rio de Janeiro, com história de osteossarcoma em fêmur distal esquerdo. A abordagem metodológica utilizada foi do tipo qualitativa, envolvendo a análise dos dados coletados de forma a possibilitar uma maior compreensão sobre o osteossarcoma justacortical e o tratamento cirúrgico de conservação do membro através da endoprotese. A coleta dos dados se deu através da anamnese com a paciente e consulta ao prontuário, onde foram coletados dados sobre a internação, sobre a história da doença e imagens radiográficas. Para embasamento teórico, foram consultados artigos científicos em base de dados e bibliografias sobre a temática. O desenvolvimento do trabalho se deu no período de julho a agosto de 2010.
RESULTADOS
O prognóstico do osteossarcoma depende de o tumor já ter gerado metástase para os pulmões quando o paciente procura o serviço de saúde (SMELTZER & BARE, 2006). Cerca de 10 a 20% dos pacientes têm doença metastática pulmonar na ocasião do diagnóstico, uma vez que a duração média dos sintomas que o precedem é de três meses (TASHIRO, 2001). As manifestações clínicas incluem dor, inchaço, movimento limitado e perda de peso. A massa óssea pode ser palpável, dolorosa e fixa, com aumento da temperatura cutânea e distensão venosa (SMELTZER & BARE, 2006).
No presente caso relatado, a paciente desenvolveu metástase pulmonar, sendo submetida à ressecção do tumor metastático. Esta complicação metastática pulmonar, embora modifique o prognóstico da doença, pode ser tratada durante ou após o tratamento quimioterápico (TASHIRO, 2001).
A paciente estudada foi submetida ao tratamento de conservação do membro com colocação de endoprótese e em seguida apresentou algumas complicações sendo necessária a recolocação da endoprótese com inserção de enxertia óssea. No ano de 2000, foi submetida à cirurgia de ressecção tumoral e em 2005, realizou uma cirurgia para colocação da endoprótese não convencional de fêmur distal esquerdo. Segundo PENNA (2009), no caso de tumores localizados na extremidade distal do fêmur, a indicação cirúrgica depende do grau de comprometimento das estruturas articulares do joelho, onde as neoplasias que não invadem a articulação, mas que comprometem a cartilagem de crescimento e epífise necessitam de utilização de métodos mais específicos. Entre estes métodos, uma boa alternativa é o aloenxerto osteoarticular, embora muitos autores relacionem esta alternativa com algumas complicações, como fratura do enxerto, pseudoartrose, infecção, osteoartrose secundária a osteonecrose condilar.
Após a realização da colocação da endoprótese, a paciente relatou ter sofrido queda da própria altura, ocasionando uma fratura na endoprótese, retornando em Fevereiro de 2009 para nova avaliação pela equipe médica ortopédica do hospital, que constatou a necessidade da realização de um novo procedimento cirúrgico sendo este procedimento chamado de revisão da colocação de endoprótese com inserção de enxertia óssea e colocação de nova endoprótese.
A assistência de enfermagem para este tipo de cirurgia deve ser pautada nas necessidades do paciente. Além dos cuidados básicos aos pacientes submetidos à colocação de prótese, para SMELTZER & BARE (2006) no planejamento da assistência, as principais metas incluem o alívio da dor, função neurovascular adequada, promoção da saúde, melhora da mobilidade, auto-estima positiva e ausência de complicações.
CONCLUSÃO
Através do estudo realizado pudemos observar que a alternativa de utilização do procedimento cirúrgico de colocação de endoprótese em pacientes com osteossarcoma é efetivo, pois minimiza os traumas decorrentes de uma amputação, tratamento comumente utilizado no passado, auxiliando o paciente na sua recuperação e contribuindo para melhora na qualidade vida. Desta forma, a enfermagem exerce um papel fundamental perante esse paciente, proporcionando-o uma assistência integral com o intuito de promover uma melhor assistência e auxiliando na sua reabilitação.
REFERÊNCIAS
HEBERT, Sizínio. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 2ª edição, Artmed, 1998.
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PENNA, Valter et al . Uma nova abordagem para as endopróteses parciais de joelho em sarcomas primários ósseos. Rev. bras. ortop., São Paulo, v. 44, n. 1, fev. 2009. Disponível em . acessos em 26 ago. 2010. doi: 10.1590/S0102-36162009000100007.
RECH, Ângela et al. Características clínicas do osteosarcoma na infância e sua influência no prognóstico. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 80, n. 1, Feb. 2004. Disponível em . Acesso em 04 Ago. 2010. doi: 10.1590/S0021-75572004000100013.
SMELTZER, Suzanne C., BARE, Brenda G. Brunner e Suddarth, Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica. 10ª edição, volume 4. Rio de Janeiro, Guanabra Koogan. 2005.
TASHIRO, Marisa Toshiko Ono. Assistência de Enfermagem em Ortopedia e Traumatologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.
TSAI, Liliala Yu et al. Protocolo fisioterapêutico em pacientes submetidos à endoprótese não convencional de joelho por osteosarcoma: estudo prospectivo. Rev. bras. ortop., São Paulo, mar. 2007. Disponível em <http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=1808&idIdioma=1> . Acesso em 4 ago. 2010.
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