A ENFERMAGEM E A VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pPalavras-chave:
papel do profissionalde enfermagem, violência, famíliaResumo
A ENFERMAGEM E A VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR
Luciana Calçada Ferreira; Danielle Costa de Souza; Lia Leão Ciuffo; Samanta Oliveira da Silva Diniz.
Descritores: papel do profissional de enfermagem, violência, família.
INTRODUÇÃO
A violência intrafamiliar constitui um problema social de grande dimensão que atinge crianças, adolescentes, homens, mulheres e idosos perpassando por diferentes ciclos da vida das pessoas. Nesta perspectiva, precisa ser estudado e analisado para que desta maneira se possa compreender melhor suas causas e suas consequências na vida diária dos indivíduos, famílias e comunidades. Por esse motivo, se constitui atualmente em um desafio que requer medidas específicas do setor saúde e a integração de esforços de vários setores, organizações governamentais e não governamentais e da comunidade para avançar na direção da prevenção da violência e promoção da saúde. Infelizmente, a violência intrafamiliar foi tratada por muito tempo como um problema estritamente familiar, sendo sustentado como tal pela sociedade. Podemos afirmar embora empiricamente que esta questão não deveria ser tratada como um fato natural, a violência apresenta múltiplas causas, que merecem ser pesquisadas para a melhor compreensão esse fenômeno. Entretanto são inúmeras as vítimas desse tipo de violência, tornando-se uma questão de saúde pública e também uma questão jurídica. A violência intrafamiliar atinge parcela importante da população e tem repercussão significativa sobre a saúde das pessoas a ela submetidas. Atualmente, a violência intrafamiliar é uma questão de grande amplitude e complexidade, cujo enfrentamento envolve profissionais de diferentes campos de atuação, requerendo, uma efetiva mobilização do governo e da sociedade, visando em especial fortalecer e potencializar as ações e serviços na perspectiva de uma nova atitude, compromisso e colaboração em relação ao problema. A prevalência de comportamentos violentos em algumas comunidades não pode ser expressa por um fator isoladamente, e compreender a maneira como estes determinantes estão vinculados à violência é um dos passos importantes para este fenômeno ser prevenido e tratado. O fato é que, de maneira geral, a violência intrafamiliar pode acarretar graves consequências constituindo um problema que compete tanto a esfera jurídica quanto aos setores de saúde, pelos agravos que acometem a saúde do indivíduo. Sendo assim se faz necessário um maior entendimento do processo de agressão para que o profissional de enfermagem possa atender a vitima, com a finalidade de melhorar o acolhimento institucional e incentivar a mesma a denunciar a violência. Diante da situação preocupante e atual vivenciada por muitos indivíduos diariamente, os quais na maioria das vezes buscam os serviços de saúde, delineamos.
OBJETIVO
Analisar o papel da enfermagem frente à violência intrafamiliar em nossa sociedade.
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo bibliográfico, de natureza qualitativa através de uma revisão sistemática de artigos nacionais sobre violência intrafamiliar na qual foram utilizados artigos e periódicos apenas na língua portuguesa a partir de bases de dados indexadas BDENF, LILACS e SCIELO e selecionados 11 artigos publicados entre 2005 e 2010.
Os resultados apontaram que o fenômeno da violência é um problema extenso e multifacetado haja vista que dentro dos lares nos deparamos com a expressão de alguma forma de violência seja verbal, física, psicológica, sexual, conjugal, de gênero dentre outras e requer da enfermagem um olhar diferenciado. Dos 11 artigos encontrados, 8 tratavam da violência intrafamiliar voltada para a criança, 4 voltava sua abordagem para crianças e adolescentes e 3 tratavam da violência intrafamiliar em um contexto geral. Neste sentido, o tema da violência envolve uma complexidade, sinalizando para uma abordagem também complexa no que diz respeito à atenção a saúde, tendo em vista que se faz necessário fornecer uma escuta qualificada, o apoio necessário e uma equipe capaz de realizar um atendimento mais integral.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que a enfermagem deve buscar se sensibilizar para essa problemática, direcionando o atendimento para as necessidades do indivíduo que sofreu violência intrafamiliar, adotando uma postura capaz de acolher, escutar e pactuar possíveis soluções para o problema, construindo dessa forma, uma assistência de melhor qualidade. Além disso, entendemos que o aprofundamento da investigação nesta área possibilita que a enfermagem não esteja limitada a um olhar que apenas contempla os sinais e sintomas, mas sim buscar instrumentos que lhes permitam identificar os aspectos clínicos e a história da violência. Acreditamos também que é fundamental o repensar das políticas públicas de saúde afim de que novas ações possam ser desenvolvidas no intuito de não apenas prevenir o fenômeno, mas também preservar as vítimas, evitando o surgimento de novas recidivas e promover a saúde.
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