ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO-USP: CRIAÇÃO E VISIBILIDADE SOCIAL, 1951
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pPalabras clave:
história da enfermagem, escolas de Enfermagem, imagem socialResumen
INTRODUÇÃO
A década de 1940, no Brasil, registra o início da solidificação das Escolas de Enfermagem no âmbito da Universidade. A partir de 1950, com as mudanças sociais, econômicas e políticas culminam em um amplo processo de industrialização e o êxodo rural. Nesse cenário é criada a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - EERP-USP, anexa à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP(FMRP-USP), através da Lei 1.467 de dezembro de 1951 que dispõe sobre a organização administrativa da FMRP-USP e documenta no seu 13º artigo a criação da EERP-USP, entretanto, as aulas da EERP-USP efetivamente tiveram início em 10 de agosto de 1953.
OBJETIVOS
Identificar a visibilidade da criação da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP) na imprensa escrita de Ribeirão Preto – SP.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de perspectiva histórica, com utilização do método de análise documental. O marco temporal para o texto foi de 15 dias que antecedem a criação da instituição e 15 após a criação da instituição, ou seja, os dados foram coletados no período entre 10 de dezembro de 1951 e 10 de janeiro de 1952 nos seguintes periódicos: A CIDADE, DIÁRIO DA MANHÃ e A TARDE.
RESULTADOS
O corpus documental é composto de 30 matérias jornalísticas e, dentre as quais, encontrou-se 4 citações mencionando a escola de enfermagem. 1-“A Construção do Bloco Biológico de Ribeirão Preto” do jornal A TARDE do dia 18 de Dezembro de 1951, 6ª página e n.º 8268 (8267?): “Um verdadeiro absurdo, dissemos ontem, o aproveitamento dos prédios da Escola Prática de Agricultura para ali ser instalada a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. A sua criação em nossa cidade obedeceu a um plano rigorosamente estudado. Não se trata apenas de um edifício de estabelecimento de ensino, mas à formação de um Bloco Biológico de grandes proporções, abrangendo: 1) Faculdade de Medicina 2) Faculdade de Farmácia e Odontologia 3) Hospital das Clinicas 4) Escola de Enfermagem. Para cumprir o delineado pelo Conselho Universitario de São Paulo, através dos estudos feitos pela comissão de Reestruturação, deverá ser construído em terreno já doado e em área de 126.000 metros quadrados (mais de cinco alqueires), nos altos da cidade, representando essa doação cerca de 10 milhões de cruzeiros” 2-“A instalação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto” do jornal A TARDE do dia 19 de Dezembro de 1951, 6ª página e n.º 8269: “Isso representa uma economia de vários milhões de cruzeiros que permitirá a construção do hospital de clínicas em tempo recorde. Há que considerar, ainda, que as condições da situação da EPA são esplêndidas, próxima da cidade, servida por rodovia que está sendo pavimentada, oferecendo, ainda, possibilidades para outras escolas complementares: Enfermagem, Faculdade de Farmácia e Odontologia, etc.” 3-“O Sr. Lucas Garcez assinou o decreto da estruturação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto” do jornal DIÁRIO DA MANHÃ do dia 27 de Dezembro de 1951, 6ª página e n.º 16806. “Concomitantemente, de acordo com o decreto da estruturação ficam criadas também nesta cidade uma Escola de Enfermagem, um Centro de Saúde e um Hospital de Clínicas tornando, assim, Ribeirão Preto um dos maiores centros médicos do Estado de São Paulo, aliás, disse bem o prof. Zeferino Vaz, em uma de suas últimas visitas, que Ribeirão Preto será o maior centro médico da América Latina” [...]. [...] Artigo 13 – Fica criada a Escola de Enfermagem anexa à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, nos moldes da Escola de Enfermagem da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a qual manterá cursos de enfermagem e de auxiliares de enfermagem nos termo da lei Federal nº 775, de 8 de agosto de 1949[...]. [...] Artigo 17 – A Reitoria da Universidade de São Paulo providenciará o inicio imediato do plano de construção dos edifícios do bloco de laboratórios do Hospital das Clinicas da Escola de Enfermagem do Centro de Saúde da Faculdade e da Casa do Estudante, utilizando verbas consignadas no orçamento da Universidade. 4-“Grande vitória de Ribeirão Preto” do jornal A TARDE do dia 27 de Dezembro de 1951, 6ª página e n.º 8299. “Ao mesmo tempo, de acordo com o decreto de lei 1.060 51, foram creadas, também, a Escola de Enfermagem, Centro de Saúde e Hospital de Clinicas, tornando, assim, Ribeirão Preto um dos maiores centros medico-cirurgicos do país.
CONCLUSÃO
Os resultados permitem uma verificação da manifestação de desejos políticos na criação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo EERP-USP e que esse desejo fez-se visível também na imprensa escrita. Apesar do foco principal das matérias jornalísticas apontarem para a FMRP-USP houve visibilidade da criação da EERP-USP na cidade, veiculada em jornais de circulação na cidade e região na época.
Agradecimentos à Talita de Cássia Raminelli da Silva, Adriana Cordeiro Leandro da Silva, Carla Regina Mosca de Oliveira e que colaboraram com o trabalho na coleta de dados e Prof. Dr. Osnir Claudiano da Silva Junior pela colaboração na discussão sobre o texto jornalístico.
REFERENCIAS
1 ALCÂNTARA, G. Resenha histórica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Revista Brasileira de Enfermagem, v.15, n.2, p.88-91, abr.1962.
2 ______. Memorial. 1963. 18p. Concurso para Docência – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1963.
3 BARDIN, L. Analise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. 226p.
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