A APARELHAGEM DA IMAGEM PÚBLICA DA ENFERMEIRA NA REVISTA FON-FON (1916-1923)
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pKeywords:
Enfermagem, História da Enfermagem, Imagem.Abstract
INTRODUÇÃO
O estudo possui como objeto a aparelhagem da imagem pública da enfermeira veiculada na Revista Fon-Fon, inserida no projeto de pesquisa “A imagem pública da enfermeira brasileira (1916-1931)”, com a justificativa para o ano de 1916 por ter sido veiculado na imprensa ilustrada uma menina trajando atributos da enfermeira em um evento social promovido pela Cruz Vermelha Brasileira e, em 1923, por ter sido veiculada na imprensa duas imagens; um grupo de moças que tomaram parte do festival “Em benefício da Cruzada contra a Tuberculose” vestem-se supostamente com atributos de enfermeiras à época. O período a ser estudado tem como antecedentes a história do Brasil no início do período republicano, que foi marcado por grande instabilidade política de difícil situação econômica dos pobres e a insatisfação com o domínio das oligarquias, os quais geraram vários movimentos populares. O contexto sócio político-social do estudo envolverá a inserção do país na I Guerra Mundial, a Gripe Espanhola, a Reforma Sanitária e campanhas contra a Tuberculose, de grande impacto epidêmico à época como a Cruzada Nacional contra a Tuberculose. Na história da enfermagem, o início foi marcado pela profissionalização da Enfermagem, através da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras da Assistência a Alienados em 1890, criada pelo Decreto 791, atual Escola de Enfermagem Alfredo Pinto. O contexto envolverá a criação de três escolas de enfermagem, sendo elas: Escola Prática da Cruz Vermelha Brasileira (1916), o desdobramento da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras da Assistência a Alienados em seção feminina intitulada de Escola Profissional de Enfermeiras Alfredo Pinto (1920) e a Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, que em 1931 passa a ser denominada de Escola de Enfermeiras Anna Nery, atual Escola de Enfermagem Anna Nery (PORTO e SANTOS, 2008 e CARVALHO, 2006). Ademais, o contexto será balizado por diversos aspectos legais, entre eles, para a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras da Assistência a Alienados com a portaria de número 1/1921 pelo “Regimento interno da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras” no sentido de desdobramento da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras da Assistência a Alienados, em 1926 com a alteração do capítulo II do Regimento Interno de 1921 e o Decreto 17.805/1927 que aprovava o novo regulamento para a execução dos serviços a Psicopatas no Distrito Federal. (PORTO e SANTOS, 2008 PORTO e SILVA, 2006). Para a Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública o Decreto 15.799/1922 destinado a sua criação, o Decreto 17.268/1931 que passou a designar o nome desta escola para Escola de Enfermeiras Anna Ney e o Decreto 20.109/1931, que a determinou como instituição padrão oficial para o ensino da enfermagem brasileira (CARVALHO, 2006). O interesse para a realização desta pesquisa ocorreu após leitura do capítulo “A enfermeira brasileira na mira do click fotográfico” de autoria de Fernando Porto e Tânia Cristina Franco Santos na obra intitulada “História da Enfermagem Brasileira – lutas, ritos e emblemas” organizado pelos doutores Fernando Porto e Wellington Amorim.
OBJETIVOS
Classificar as imagens de enfermeiras ou nelas inspiradas por eixos temáticos, por cronologia interna e descrever estas imagens com base em uma matriz de análise para iconografia.
METODOLOGIA
O estudo será do tipo histórico-exploratório no sentido de aproximação da temática para se ter familiaridade em relação ao fenômeno, caracterizado pelo procedimento de coleta de dados, segundo Antônio Raimundo dos Santos, como documental (SANTOS, 2002, 32). As imagens são oriundas da Revista Fon-Fon de 1916 a 1923. A revista ilustrada selecionada para estudo se justifica, primeiramente na sondagem realizada pela pesquisadora Anna Maria de Souza Maud-Andrade, durante o processo de construção de sua tese de doutoramento (1991), que teve como resultado quatro revistas como as mais requisitadas, entre elas a Revista Fon-Fon por ter forte apelo nas propagandas comercias veiculadas. Para se contemplar o objetivo de classificar as imagens, cronologicamente, por eixos temáticos a estratégia será organizar a massa documental em ordem cronológica e depois por eixos temáticos com base em fontes secundárias de livros, artigos, dissertações de mestrado, teses de doutorado de aproximação com o objeto de estudo com busca em bibliotecas e sítios eletrônicos. As imagens serão descritas com base em uma matriz de análise para iconografia e logo após submetidas a uma matriz de análise para iconografias com base teórica na semiótica dos conceitos de plano expressão e conteúdo. A matriz de análise (ANEXO 01) será composta de quatro itens principais, a mesma estrutura já aplicada nos estudos de Santos (1998) e Porto e Santos (2008). O primeiro com os dados de identificação das iconografias, a segunda sobre o plano de expressão, a terceira destinada ao plano de conteúdo e última com dados complementares obtidos de outras iconografias. Após a aplicação da matriz de análise, o estudo irá organizar um portfólio dos resultados. O portfólio deverá ser aparelhado no sentido dos eixos temáticos e a sua cronologia interna, como produto de estudo.
RESULTADOS
Até o presente momento, foram encontrados 269 imagens entre Janeiro de 1916 e Dezembro de 1923, sendo a classificação por eixo temático também realizada no mesmo período.
CONCLUSÃO
Podemos inferir que as imagens veiculadas na Revista Fon-Fon foram de grande relevância para a construção da imagem da enfermeira ao longo dos anos. Apesar da característica da revista ser de grande apelo comercial, o espaço para a publicação de imagens de enfermeiras era considerável.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, A.C. Documentário. Aben(1926 - 1976) Aben-Nacional, Brasília, 2006.
MAUAD-ANDRADE, A.M.S. Sob o signo da imagem. A produção fotográfica e o controle dos códigos de representação social da classe dominante do Rio de Janeiro da primeira metade do século XX. Volume I, 1991. [Tese de Doutorado]. Curso de História. Universidade Federal Fluminense.
PIETROFORTE, A.V. Semiótica visual- os percursos do olhar. São Paulo, Contexto, 2004.
PORTO, F.; SILVA, C.F. A matéria de administração na Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, secção feminina: a garantia da administração institucional sob a égide da medicina(1921 - 1926), 2006. [Trabalho de Conclusão de Curso]. Escola de Enfermagem Alfredo Pinto. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
PORTO, F.; SANTOS, T.C.F. A enfermeira brasileira na mira do clique fotográfico(1919-1925). In: História da Enfermagem Brasileira. Porto, F.; Amorim, W.(orgs.), Águia Dourada, Rio de Janeiro, 2008, Parte I, p. 25-47.
SANTOS, T.C.F. A câmera discreta e o olhar indiscreto: a persistência da liderança norte-americana na capital do Brasil(1928 -1938), 1998. [Tese de Doutorado] Escola de Enfermagem Anna Nery. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
PORTO, F.; SANTOS, T.C.F. O rito e os emblemas na formatura das enfermeiras brasileiras no Distrito Federal (1924 - 1925). Esc Anna Nery Ver. Enferm. 13(2): 249-55, 2009.
SANTOS, T.C.F. A câmera discreta e o olhar indiscreto: a persistência da liderança norte-americana na capital do Brasil(1928 -1938), 1998. [Tese de Doutorado] Escola de Enfermagem Anna Nery. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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