EMBALAGENS PARA ESTERILIZAÇÃO:SUAS APLICAÇÕES E RECOMENDAÇÕES NA PRÁTICA HOSPITALAR

Autores

  • Andrea Soares de souza UNIRIO
  • Denise de Assis Corrêa Sória UNIRIO
  • Juliana de Oliveira Araújo UNIRIO
  • Milene Teixeira da Silva UNIRIO
  • Natália da Conceição Andrade UNIRIO

DOI:

https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25p

Palavras-chave:

embalagem de produtos, esterilização, enfermagem

Resumo

INTRODUÇÃO: O processo de trabalho do enfermeiro de Central de material e esterilização, embora diferente realizado nas unidades de assistência, também se constitui em serviço da área da saúde e pode ser classificado como cuidado, diferindo apenas, no que diz respeito a sua finalidade imediata. Assim, para executá-lo o enfermeiro desenvolve conhecimentos específicos sobre a diversidade de materiais, equipamentos, seleção adequada de embalagens, forma de processá-los e sua armazenagem adequada, configurando o domínio de uma área de saber e, por conseqüência garantindo produtos seguros para a assistência ao paciente. (8) A finalidade de embalar os artigos médico-hospitalares é a de manter a esterilidade do produto com respeito a seu uso desejado guardando-o das condiçöes de transporte e armazenamento. O atributo que se exige de um sistema de embalagem é a eficácia da barreira microbiana, a qual impede sob condiçöes específicas a migraçäo de microrganismos do meio ambiente para o interior da embalagem. (6)

 

OBJETIVOS: Identificar e descrever as embalagens utilizadas no processamento dos artigos, bem como suas principais características, utilização adequada, segundo o método de esterilização empregado, vantagens e desvantagens;

 

METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada através da consulta de busca manual de livros e artigos em revistas de enfermagem publicados nas bases de dados LILACS e SCIELO, utilizando os descritores: embalagem, esterilização, enfermagem, no idioma português, publicados no período de 2000 a 2006.

 

RESULTADOS: A seleção da embalagem deve levar em consideração o tipo de equipamento que será utilizado para a realização do ciclo de esterilização e o material a ser processado, devendo-se observar as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Comissão de Estudos de Normatização de Embalagens. As recomendações imprescindíveis são: ser permeável ao ar para permitir a sua saída, cedendo espaço para o agente esterilizante; ser permeável ao agente esterilizante, mesmo em cobertura dupla; permitir sua secagem, bem como a do seu conteúdo; ser uma barreira efetiva à passagem de microorganismos. (1)

Existem controvérsias quanto ao tempo de validade da esterilização, sendo considerados fatores como o tipo de invólucro utilizado, o local e condições ambientais de armazenamento. Os prazos descritos na tabela abaixo, são estipulados pelo Ministério da Saúde.

Segundo a literatura as embalagens identificadas foram: tecido de algodão composto por tecido 100% algodão ou gramatura; container rígido com filtro microbiano ou filtro Tyveck® são caixas de metal inoxidável, alumínio, polímeros ou a combinação destes, dispõem de sistemas de filtros para saída de ar e entrada do vapor, dispensando o uso do invólucro externo e são termorresistentes; Papel Grau Cirúrgico com face em filme plástico de Polietileno/ Poliéster ou filme de Polipropileno disponível em gramatura e em diversas formas e tamanhos, em bobinas ou envelopes; Papel Crepado composto de 100% de celulose tratada; Não Tecido - Spunbonded/ Meltblown/ Spunbonded  (SMS) - União de três camadas de não tecido 100% Polipropileno; Tyveck® constituído em 100% polietileno em tripla camada e disponível em bobinas e envelopes. (1, 5, 6, 7) Todos podem ser autoclaváveis, porém cada um, de acordo com as suas especificidades materiais, pode sofrer outros tipos de processos de esterilização como calor a seco e oxido de etileno. A validade das embalagens variam de 7 dias a 2 anos.  A seguir, as vantagens e desvantagens das embalagens apresentadas: (1, 2,4,6)

  • O Tecido de Algodão é de baixo custo e memória, mas não é resistente à umidade e vulnerável a contaminação. Sua durabilidade (até 65 reprocessamentos);
  • A caixa de metal é inoxidável, composta por alumínio, polímeros ou a combinação destes e são termorresistentes. Além disso, propicia melhor organização na sala de operação, em decorrência da diminuição do volume de invólucros, resistência mecânica; economia de espaço no armazenamento. Porém, tem custo elevado, apresenta risco de falha na vedação e exige inspeção visual constante.
  • O papel grau cirúrgico é de baixo custo e fácil visualização, com indicador químico monoparamétrico impregnado. Seu uso está contra-indicado na ausência de filme transparente em uma de suas faces.
  • O papel crepado é impermeável à água, álcool, PVPI, éter, 100% biodegradável, reciclável e maleável com alta filtragem microbiana. Entretanto, apresenta baixa resistência mecânica, podendo furar ou rasgar com maior facilidade.
  • O não tecido tem excelente barreira antimicrobiana, alta permeabilidade aos agentes esterilizantes, maleabilidade, resistência mecânica à tração e à abrasão. Tem como desvantagens, a dificuldade de detecção da integridade da embalagem e não ser biodegradável.
  • O Tyveck® apresenta compatibilidade com diversos processos de esterilização, possui alta resistência mecânica, é de fácil visualização e pode ser impregnado com indicador biológico. Seu custo é elevado.

A análise  de um estudo revelou que o tecido de algodão apresenta o maior custo mensal e o papel grau cirúrgico, o menor custo quando comparado às outars embalagens, desmistificando, dessa forma, o paradigma que existe dentro dos Centros de Material e esterilização brasileiros de que o tecido de algodão é a embalagem "mais barata". (4)

 

CONCLUSÕES: Para garantir a qualidade do processo de esterilização, são necessárias medidas que evitem a recontaminação do artigo após o processamento, seja no armazenamento, transporte ou durante a manipulação.  Por esse motivo, torna-se necessário o conhecimento, pelos profissionais que atuam no centro de material e esterilização, da diversidade de embalagens disponíveis no mercado e na utilização apropriada das mesmas, uma vez que, qualquer falha ocorrida no processamento dos artigos pode acarretar ônus ao paciente, à instituição e a à equipe multiprofissional, pois a qualidade do material distribuído, está diretamente relacionada com a qualidade da assistência prestada.

 

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Biografia do Autor

Andrea Soares de souza, UNIRIO

Residente em enfermagem UNIRIO/HNMD

Denise de Assis Corrêa Sória, UNIRIO

Professora Associada EEAP/UNIRIO. Doutora em Enfermagem pela EEAN/UFRJ

Juliana de Oliveira Araújo, UNIRIO

Residente em enfermagem UNIRIO/HNMD

Milene Teixeira da Silva, UNIRIO

Residente em enfermagem UNIRIO/HNMD

Natália da Conceição Andrade, UNIRIO

Residente em enfermagem UNIRIO/HNMD

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Publicado

2010-11-12

Como Citar

1.
de souza AS, Sória D de AC, Araújo J de O, da Silva MT, Andrade N da C. EMBALAGENS PARA ESTERILIZAÇÃO:SUAS APLICAÇÕES E RECOMENDAÇÕES NA PRÁTICA HOSPITALAR. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) [Internet]. 12º de novembro de 2010 [citado 21º de novembro de 2024];. Disponível em: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/931

Edição

Seção

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