PREVALÊNCIA DE ÚLCERAS POR PRESSÃO EM UM CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA

Autores

  • Priscila Costa Ministério da Saúde - UNIRIO
  • Elaine de Azevedo Goldstein Ministério da Saúde - UNIRIO
  • Nathalia de Paula Albuquerque Ribeiro Ministério da Saúde - UNIRIO
  • Fernanda de Avellar Cerqueira Ministério da Saúde
  • Marina Izu Ministério da Saúde

DOI:

https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25p

Palavras-chave:

úlcera por pressão, prevalência, unidade de terapia intensiva

Resumo

INTRODUÇÃO:

As úlceras por pressão (UP) são eventos adversos que acometem clientes hospitalizados, acamados e/ou com a mobilidade diminuída e estão direta e indiretamente relacionados com os cuidados prestados pela equipe de enfermagem (LOBOSCO, VASCONCELLOS, ALMEIDA, FELICIANO, 2008). As UP são lesões decorrentes de hipóxia celular, que levam à necrose tecidual, geralmente estão localizadas em áreas de proeminência ósseas e surgem quando a pressão aplicada à pele, por um tempo, é maior que a pressão capilar normal (32 mmHg/ arteríola e 12 mmHg/ vênulas) (SILVA,1998).

Segundo a National Pressure Ulcer Advisory Panel, a prevalência de úlceras por pressão em hospitais dos Estados Unidos varia de 3% a 14%, aumentando para 15% a 25% em casas de repouso (BRYANT et al 1992).

A Escala de Braden foi desenvolvida com base na fisiopatologia das UPs, utilizando dois determinantes: a intensidade, a duração da pressão, e a tolerância tecidual. Ela apresenta seis subescalas: percepção sensorial, umidade da pele, atividade, mobilidade, estado nutricional e fricção e cisalhamento, que são pontuados de um a quatro, com exceção da fricção e do cisalhamento, cuja pontuação varia de um a três. Os escores totais variam de seis a 23, sendo que os mais altos valores indicam um baixo risco de formação de UP, e os baixos escores indicam um alto risco para a ocorrência dessas lesões (BLANES, DUARTE, CALIL, FERREIRA, 2004).

A partir do exposto foi traçado como objeto deste estudo: a “prevalência de úlceras por pressão em pacientes internados em um centro de terapia intensiva (CTI) adulto”.

Este estudo justifica-se pelo grande número de pacientes que apresentam UP, no centro de terapia intensiva, visto que segundo Gomes, Magalhães (2008) elas aumentam a morbidade e mortalidade e interferem na qualidade de vida do paciente, seus familiares e cuidadores.

Torna-se relevante na medida em que contribui para as pesquisas neste campo. Segundo Maia (2007) no Brasil não há uma estatística precisa sobre o número de indivíduos que são acometidos por úlceras por pressão e suas seqüelas.

OBJETIVO:

Identificar a prevalência de úlcera de pressão em um CTI adulto de um hospital federal.

 METODOLOGIA:

 Realizou-se uma pesquisa retrospectiva, exploratória, em abordagem quantitativa, com emprego da técnica de análise documental. O campo de estudo foi o Centro de terapia intensiva de um Hospital Federal, situado no município do Rio de Janeiro que possui 12 leitos e recebe pacientes clínicos e em pós – operatório imediato de diversos tipos de cirurgias.

Os materiais selecionados para a coleta de dados foram às visitas de enfermagem preenchidas no setor, o livro de registro do round multidisciplinar e as visitas da supervisão de enfermagem realizadas em unidades de tratamento intensivo preenchidas entre março e maio de 2010.  Os últimos permitiram que traçássemos quantos pacientes estavam internados no período, enquanto a visita de enfermagem nos proporcionou o quantitativo de úlceras por pressão encontradas no período. A visita de enfermagem preenchida no setor fornecia dados sobre o nível de consciência e mobilidade, uso de contentores, risco de queda, sistema respiratório, tipo de nutrição, eliminações fisiológicas, tipo de acesso venoso, riscos de flebite, tipo de soluções e dripings, a presença de úlceras e de curativos, exames e cirurgias que serão realizadas e um espaço disponível para as observações, onde são anotadas principalmente as intercorrências. São preenchidas pelos enfermeiros durante seus plantões, e são utilizados com auxílio na passagem de plantão. A visita da supervisão de enfermagem é preenchida apenas nas unidades de cuidados intensivos. Nela encontramos dados como: dias de internação no setor, sistema respiratório, presença de sonda nasogástrica, sonda nasoenteral e gastrostomia, eliminações fisiológicas, tipo de acesso venoso e um campo para observações no qual são anotados presença de ulceras, administração de hemocomponentes, realização de procedimentos cirúrgicos, entre outros. No livro de registro do round multidisciplinar é encontrado dados sobre as invasões no paciente e condutas a serem realizadas.

Os dados foram coletados através de um instrumento de coleta de dados, sendo o mesmo no formato de planilhas.

 O material referido foi computado e analisado a partir do cálculo de prevalência.  

RESULTADOS:

No período de março a maio de 2010 estiveram internados no CTI 109 pacientes, dentre estes 25 tiveram UP. Logo a prevalência de úlcera por pressão neste período foi de 22,93%. Este resultado vai de encontro com a pesquisa de Cardoso (2004) que encontrou em sua tese uma prevalência de 25,6%.

Não foi possível verificar se as UP surgiram antes ou durante a internação no CTI, pois o material estudado não especificava. Pelo mesmo motivo não foi especificado o estadiamento das UP, o que nos levo a computá-las de forma geral. Não foi possível calcular a média de permanência destes pacientes no leito, pois esta informação não está presente no instrumento analisado. Não foram encontrados informações em 8.82% dos casos, uma vez que as mesmas ocorreram devido à ausência das visitas neste período no arquivo de visitas recolhidas, influenciando diretamente nos resultados.

CONCLUSÕES:

Concluímos que a realização de uma pesquisa mais precisa é necessária para que a instituição conheça a sua realidade em relação às ulceras por pressão. Sua simplicidade permitir que os enfermeiros tenham interpretações, descrições e definições diferentes de cada item, resultando na não uniformidade no preenchimento do instrumento e em informações não padronizadas, o que interferem diretamente na análise destes dados.

Há necessidade da utilização da escala de Braden uma vez que auxiliaria os enfermeiros na identificação dos pacientes com risco de desenvolver UP.

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Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Priscila Costa, Ministério da Saúde - UNIRIO

Residente de Enfermagem pela UNIRIO/ MS no Hospital da Lagoa

Elaine de Azevedo Goldstein, Ministério da Saúde - UNIRIO

Residente de Enfermagem pela UNIRIO/ MS no Hospital da Lagoa. Especialista em Saúde do Trabalhador pela Universidade Gama Filho.

Nathalia de Paula Albuquerque Ribeiro, Ministério da Saúde - UNIRIO

Residente de Enfermagem pela UNIRIO/ MS no Hospital da Lagoa. Especialista em Estomoterapia pela UERJ.

Fernanda de Avellar Cerqueira, Ministério da Saúde

Enfermeira chefe do CTI do Hospital da Lagoa/ MS. Mestranda da UFRJ.

Marina Izu, Ministério da Saúde

Enfermeira da Educação Permanente do Hospital da Lagoa/ MS.

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Publicado

2010-10-23

Como Citar

1.
Costa P, Goldstein E de A, Ribeiro N de PA, Cerqueira F de A, Izu M. PREVALÊNCIA DE ÚLCERAS POR PRESSÃO EM UM CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) [Internet]. 23º de outubro de 2010 [citado 24º de novembro de 2024];. Disponível em: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/830

Edição

Seção

Revisão Sistemática de Literatura

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