DESCONSTRUINDO O MITO DO INÍCIO DA VIDA SEXUAL: UMA VIVÊNCIA EDUCATIVA COM ADOLESCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NITERÓI

Authors

  • graziela Barbosa Freitas Scoralick Universidade Federal Fluminense
  • Olga Oliveira Oliveira Universidade Federal Fluminense
  • Cristiane Zamprogno Vieira Universidade Federal Fluminense
  • Jéssica Nascimento dos Santos Universidade Federal Fluminense
  • Daniella Girelli Nolasco Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25p

Keywords:

educação em saúde, adolescente, sexualidade.

Abstract

 

GRAZIELA BARBOSA FREITAS SCORALICK, OLGA OLIVEIRA, CRISTIANE ZAMPROGNO VIEIRA, JÉSSICA NASCIMENTO DOS SANTOS, DANIELA GIRELLI NOLASCO

 

ESCOLA DE ENFERMGEM AURORA DE AFONSO COSTA/ FACULDADE DE EDUCAÇÃO/ COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

 

Descritores: educação em saúde, adolescente, sexualidade.

 

Introdução

Este trata-se da apresentação de uma atividade de pesquisa e prática de ensino que foi desenvolvido durante a disciplina Pesquisa e Prática de Ensino I ( PPE I ), do sexto período do curso de graduação de enfermagem e licenciatura da Universidade Federal Fluminense. A temática trata do processo de desmistificação do início da vida sexual dos adolescentes através da aproximação destes com os acadêmicos de enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF. O mesmo desenvolveu-se em duas etapas no Colégio de Aplicação da Universidade Federal Fluminense ( COLUNI ) com os alunos de duas turmas do Ensino Fundamental. Este foi desenvolvido com adolescentes porque segundo GUIMARÃES et all “ a adolescência se caracteriza como uma fase que ocorre entre a infância e a idade adulta, na qual há muitas transformações tanto físicas como psicológicas, possibilitando o surgimento de comportamentos irreverentes e desafiantes, o questionamento dos modelos e padrões infantis, que são necessários ao próprio crescimento”.

 

Objetivos:

Os objetivos deste trabalho estão inseridos no objetivo geral da disciplina Pesquisa e Prática de Ensino I que se baseia em: Conscientização dos acadêmicos de enfermagem sobre a importância da articulação entre saúde e educação, nas perspectivas de pesquisas e práticas educadoras. Este objetivo é trabalhado entre os alunos, bolsistas de Iniciação à Docência e professores de PPE I através de atividades de Educação em Saúde em Escolas Públicas e/ou Particulares de Niterói.

Os objetivos deste trabalho são: desenvolver confiança na relação entre os adolescentes e os profissionais de saúde, investigar como os adolescentes buscam informações sobre o sexo e prevenção, fora e dentro de casa e apontar como o enfermeiro pode desenvolver ações de educação em saúde.

 

Metodologia:

A metodologia utilizada no primeiro momento foi a aplicação de um questionário com perguntas abertas e fechadas onde foram detectadas as necessidades o os tópicos que os alunos gostariam que fossem abordados na palestra. A palestra, que foi o segundo momento e foi composta por exposição oral, apresentação de cartazes ilustrativos e folders explicativos, além de momento aberto para perguntas e respostas e uma dinâmica participativa. A realização dessa pesquisa é justificável, pois muitos adolescentes não procuram por profissionais capacitados para obterem informações sobre sexualidade. Muitas vezes procuram essas informações de forma deficiente e incorreta, como por exemplo, através de depoimentos e conselhos de amigos mais “experientes” no assunto. A ausência dessa busca pode ocasionar em graves conseqüências como as DST’s ou a gravidez na adolescência. Essa pesquisa contribuíra para gerar um melhor de vínculo de confiança entre os adolescentes e profissionais de saúde, aumentando assim as buscas pelas informações e cuidados corretos que devem ser tomados quando se tem uma vida sexual ativa.

 

Resultados:

O resultado foi obtido através da análise dos questionários onde foi detectado que a maioria dos adolescentes entrevistados não procuram os profissionais de saúde para esclarecerem suas dúvidas sobre sexualidade. O questionário foi composto pelas perguntas que segue: Dados de Identificação: dos 31 alunos que responderam aos questionários todos eram solteiros, 15 eram do sexo feminino, 14 do sexo masculino e 2 não identificaram. Pergunta nº 01: Você já procurou um profissional de saúde? Por qual motivo? Análise: 80,6% (25 alunos) responderam Sim, 19,4% (6 alunos) responderam Não. Dos vinte e cinco alunos que responderam Sim apenas 20 especificaram: 1 foi para obter informações, 11 foram por emergência e 8 foram por consultas médicas. Pergunta nº 02: Você já procurou um profissional de saúde para esclarecer dúvidas sobre sexualidade? Análise: 87% (27 alunos) afirmaram que Não, 13% (4 alunos) afirmaram que Sim. Pergunta nº 03: Se sim na resposta anterior diga qual o profissional? Análise: 74,2% (23 alunos) não responderam. Dos que responderam: 1 procurou o enfermeiro, 4 procuraram o médico e 3 procuraram o psicólogo. Pergunta nº 04: Com quem você esclarece dúvidas sobre sexualidade? Análise: A maioria afirmou que esclarece suas dúvidas com a família e com os amigos. 2 afirmaram que esclarecem com profissionais de saúde, 19 afirmaram que conversam com a família para esclarecer sobre o assunto, 12 procuram os amigos, 6 afirmaram que não procuram ninguém para conversarem sobre o assunto e apenas 3 não responderam. Pergunta nº 05: Você acha importante a realização de uma palestra para abordar assuntos sobre sexualidade? Análise: 90,3% (28 alunos) afirmaram que Sim, 3,3% (1 aluno) afirmou que Não e apenas 6,4% (2 alunos) não responderam a questão. Pergunta nº 06: Sugira assuntos que você gostaria que fossem abordados na palestra. Propostas dos alunos: Doenças Sexualmente Transmissíveis: 9 alunos sugeriram; Prevenção e Proteção: 7 alunos sugeriram; Sexo / Sexualidade: 6 alunos sugeriram; Puberdade e transformações que ocorrem no corpo: 5 alunos sugeriram; 16 alunos não especificaram. Foi utilizada uma dinâmica na qual eles simulariam uma festa, onde deveriam ter contato com várias pessoas, sendo eles sexuais ou não. Cada um recebeu uma folha com uma identificação (figuras: corações, círculos, retângulos, quadrados e estrelas) e eles deveriam a cada contato reproduzir essa figura em suas próprias folhas. Foi criado um cenário de festa, com música tocando e os alunos dançavam e conversavam com uma pessoa – simulando um contato-, ao pararmos a música eles copiaram a figura do colega com quem tiveram o contato. Ao final, parafraseando o ditado popular “quem vê cara não vê doença”, foi explicado para eles o que cada figura simbolizava ( corações: AIDS, retângulos: sífilis, quadrados: gonorréia, estrelas: HPV e círculos: outras doenças sexualmente transmissíveis ). O objetivo da dinâmica foi induzir nesses adolescentes a percepção que é possível ter contato sexual com pessoas portadoras de DST´s e com pessoas saudáveis, sendo que o mais importante é que saibam como se prevenir através do uso da camisinha. As temáticas abordadas na palestra foram sugeridas pelos próprios alunos no primeiro momento.

 

Conclusão:

Foi constatado que com a realização da palestra e dinâmica, muitas dúvidas foram esclarecidas e os objetivos foram alcançados, visto que foi perceptível que o enfermeiro é capaz de fazer seu papel de educação em saúde através de atividades simples e relevantes para a orientação e prevenção. Através da elaboração deste foi possível concluir que a educação em saúde é essencialmente positiva quando realizada em parceria com a Escola.

 

 

Referências Bibliográficas:

GUIMARÃES, E. M. B.; ALVES, M. F. C.; VIEIRA, M. A. S. Saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes – um desafio para os profissionais de saúde no município de Goiânia-GO. Revista da UFG, Vol. 6, No. 1, jun 2004. Disponível em: <http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/juventude/reprodutiva.html>. Acesso em: 29 maio 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a pratica educativa. São Paulo; Ed. Paz e Terra.

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. Coordenação de Saúde da Criança e do Adolescente. Programa Saúde do Adolescente. Bases Programáticas. 2ª Edição. Brasília; Ministério da Saúde, 1990

TAQUETTE, S. R.; VILHENA, M. M.; PAULA, M. C. Doenças sexualmente transmissíveis na adolescência: estudo de fatores de risco. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Vol. 37, nº3, mai-jun, 2004. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v37n3/20296.pdf>. Acesso em: 26 maio 2009.

 

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Author Biographies

graziela Barbosa Freitas Scoralick, Universidade Federal Fluminense

Acadêmica de grduação de enfermagem do nono periodo da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa - UFF.

Olga Oliveira Oliveira, Universidade Federal Fluminense

Professora de Pedagogia e leciona também a disciplina Pesquisa e Prática de Ensino II - aplicada a enfermagem - Vínculo DE na Fuldade de Educação da UFF.

Cristiane Zamprogno Vieira, Universidade Federal Fluminense

Acadêmica de grduação de enfermagem do nono periodo da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa - UFF.

Jéssica Nascimento dos Santos, Universidade Federal Fluminense

Acadêmica de grduação de enfermagem do nono periodo da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa - UFF.

Daniella Girelli Nolasco, Universidade Federal Fluminense

Acadêmica de grduação de enfermagem do nono periodo da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa - UFF.

Published

2010-11-29

How to Cite

1.
Freitas Scoralick graziela B, Oliveira OO, Vieira CZ, dos Santos JN, Nolasco DG. DESCONSTRUINDO O MITO DO INÍCIO DA VIDA SEXUAL: UMA VIVÊNCIA EDUCATIVA COM ADOLESCENTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NITERÓI. Rev. Pesqui. (Univ. Fed. Estado Rio J., Online) [Internet]. 2010Nov.29 [cited 2024Nov.21];. Available from: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/996

Issue

Section

Systematic Review of Literature

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